Este ano, no Rio de Janeiro, o Carnaval exigiu um outro tipo de criatividade dos foliões que não quiseram ser rastreados pelas câmeras do Centro Integrado de Comando e Controle da Polícia Civil. Ao escolher acessórios, arrumar o penteado e jogar purpurina no rosto, a preocupação deixou de ser compor um look chamativo e priorizou justamente o inverso: tornar-se imperceptível.
Celebradas pelo governador Wilson Witzel e por autoridades policiais do Estado, as tecnologias de reconhecimento facial acumulam controvérsias, erros e fortes contestações nos países que as utilizam como ferramenta de segurança pública. O primeiro aspecto diz respeito ao caráter intrusivo e o perigo que representam a direitos civis, sobretudo em governos autoritários e que podem empregar o recurso para vigilância estatal em massa.
Em artigo publicado no ano passado, as pesquisadoras Joy Buolamwini, do MIT Media Lab, e Timnit Gebru, do Microsoft Research, ambos dos Estados Unidos, apontaram que sistemas automatizados de análise facial apresentam tendências discriminatórias.
Exemplos concretos de erros não faltam. Propagandeado pelo governador Witzel como modelo de referência, o sistema de reconhecimento facial usado pelas polícias britânicas foi duramente questionado pelo Big Brother Watch – uma organização da sociedade civil no Reino Unido que atua em defesa da privacidade – durante um teste realizado, vejam só, no Carnaval de Notting Hill em 2017.
É uma tecnologia nova pra nós, tecnologias são um caminho sem volta,temos que nos aventurar e louvar as iniciativas com este fim .
costa_rui
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