Ouvir a voz do outro é uma forma de reparação. Apoiar a circulação de obras de arte contribui para superar mágoas e sarar feridas históricasMarcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal, durante cerimônia de posse no Palácio da Ajuda em Lisboa — Foto: Zed Jameson/Bloomberg/ 02-04-2024
Mario Quintana retratou enchentes de Porto Alegre em 1941: 'Época em que era absolutamente desnecessário fazer poemas'No Brasil, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, anunciou ter entrado em contato com as autoridades portuguesas para definir os próximos passos. O governo do pequeno arquipélago de São Tomé e Príncipe, na costa equatorial de África, fez declarações semelhantes.
Em 2013, Portugal decidiu proceder a uma reparação histórica aos judeus sefarditas, expulsos do território no século XV. O gesto incluiu a oferta de passaportes portugueses aos seus remotos descendentes. Na época, esta reparação foi, felizmente, bem recebida por toda a classe política, à direita e à esquerda.
Até agora ninguém pediu a Portugal que compensasse os africanos, ou os brasileiros de origem africana, concedendo a nacionalidade portuguesa àqueles que se mostrassem interessados. Uma boa medida, muito mais simples, seria facilitar a entrada de cidadãos das antigas colônias, abolindo os vistos para turismo.
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