Desde março de 2020, a professora Noadias Novaes, de 38 anos, pedala em estradas de terra de Cruxati, no sertão do Ceará, para dar aulas a crianças e adolescentes com deficiência. Coloca as mesas na calçada e, mantendo o distanciamento social, propõe atividades pedagógicas.
O que Noadias está fazendo durante a pandemia, nas calçadas, é um projeto que, de fato, respeita os princípios da inclusão. Em escolas regulares, é comum que apenas se aceite a matrícula do aluno com deficiência, mas o mantenha totalmente à parte do que é desenvolvido com a turma. Ela conta que existe uma troca benéfica para todos. “Faço estudos em pares. Quem está ajudando o colega também aprende”, diz.
As famílias dos alunos de Noadias vivem em condições precárias. “São pessoas carentes que dependem do Bolsa Família e que, às vezes, não conseguem nem o benefício por terem filhos com deficiência [Benefício de Prestação Continuada - BPC]”, conta. A comunidade inteira mobiliza-se para que o projeto da professora seja seguro. Um microbiologista dá dicas de prevenção contra Covid-19, uma enfermeira orienta as famílias, um radialista reproduz recadinhos de Noadias em seu programa: “João está fazendo o dever?”.
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A romantização da desigualdade educacional do país ah, que 'lindo'
Se precisarem de mais pauta, tem aqui
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DemetrioWeber amei
Coisa linda ❤️😍
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