Em uma manhã no início de junho, Daniel* chegou à Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão , na Baixada Santista, para mais um período de trabalho de 12 horas diárias por três dias seguidos. Desde o fim de maio, a prática na primeira grande refinaria construída pela Petrobras é testar os funcionários que, após a folga, retornam para mais uma jornada.
O problema é que, segundo a reportagem apurou, o resultado do teste rápido de Daniel não significa necessariamente que a infecção estaria superada. Pelo contrário, Daniel poderia estar infectando outros colegas de trabalho. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista , há na Refinaria de Cubatão outros casos de trabalhadores que testaram positivo para ambos os anticorpos e foram orientados a trabalhar presencialmente, como aconteceu com Daniel.
A falta de transparência também tem sido motivo de embate entre a empresa e os sindicatos. “Nós temos muita dificuldade de comunicação com a Petrobras, esse é o grande problema”, afirma Adaedson Costa, dirigente do Sindipetro-LP e da FNP. Para acompanhar os casos, a FNP pede aos trabalhadores que informem aos sindicatos quando testarem positivo.
Em um dos pareceres elaborados a pedido da procuradora, cientistas da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz destacam que os anticorpos IgM são marcadores de infecção recente. Por isso, quando o resultado de um teste rápido aponta para a sua presença no organismo, mesmo que também haja presença de IgG, a interpretação mais adequada é de que o indivíduo está “contaminado naquele momento”.
Procurada pela reportagem, a Petrobras defendeu que a Nota Técnica 28 “é compatível com as diretrizes do CDC ”, dos Estados Unidos, e afirmou que os testes rápidos “são uma uma entre várias barreiras preventivas adotadas nas unidades”, que incluem também “redução de efetivo presencial, uso de máscaras, reforço na higiene, medidas de conscientização e monitoramento contínuo do estado de saúde dos colaboradores, com canais...
“Ele ia trabalhar de fretado da refinaria, não tinha contato com ônibus municipal. O trajeto era entrar no fretado, que passava perto de casa, ir trabalhar, voltar, descer do ônibus e entrar em casa”, conta o filho Fábio Carcavalli, de 32 anos, que acredita que o pai tenha se infectado no trabalho.
agenciapublica Entendi nada... Antes o problema era o PT...
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