Sergio Bermudes, 74 anos, advogado - Arquivo Pessoal/Ricardo Borges/VEJA“Acordei quatro meses depois de ser intubado. O caso era tão grave que soube por um frei que cheguei a receber a extrema-unção. Felizmente, saí do hospital e, mesmo com sequelas, ainda cito Dostoiévski, voltei a trabalhar e quero viajar o mundo.
Bermudes conta que, depois de ter tido alta, seguiu travando uma vigorosa batalha para se recuperar da extensa lista de sequelas, entre elas a surdez parcial, que permanece até hoje. A situação, infelizmente, não é rara: o Brasil contabiliza milhares de diagnósticos da chamada síndrome pós-Covid, que acomete cerca de 15% dos pacientes graves e provoca complicações duradouras.
Ex-fumante e hipertenso, o advogado teve momentos de tamanha gravidade durante a internação que os familiares foram aconselhados a se preparar para o pior. “A doença o atropelou rapidamente”, diz o pneumologista João Pantoja, diretor do Copa Star. “Devido às condições preexistentes e à agressividade do vírus, em vários momentos a falência respiratória era iminente.
Graças aos novos conhecimentos, a taxa de recuperação dos doentes em estado crítico passou de 10%, entre março e junho do ano passado, para 50%, atualmente. Primeira brasileira a ser intubada por Covid-19, a advogada potiguar Cláudia Costa, 53 anos, contraiu o vírus em uma viagem a trabalho à Inglaterra. Passou 105 dias no hospital e quando despertou da sedação não conseguia mexer nenhuma parte do corpo além dos olhos.
A recuperação de Bermudes também foi vista como um prodígio amplamente celebrado. No comando de um escritório com 35 000 causas ativas, que defende nomes poderosos como os bancos Bradesco e Citibank e a mineradora Vale, o advogado recebeu centenas de mensagens de figuras nacionais, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Michel Temer e todos os ministros do Supremo Tribunal Federal.
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