PublicidadeMeu filho e eu fomos atacados e vivemos momentos de terror em nossa segunda casa, que é o que a Vila Belmiro representa em nossa vida. Levo o Bruno ao estádio do Santos desde que ele nasceu, um hábito que nos une, que cultivamos juntos com intenso prazer. Mas aí veio aquele domingo, 7 de novembro, e sentimos na pele o peso da intolerância no futebol que às vezes vemos na TV.
Quando olhei para trás, uma avalanche de torcedores santistas gritava, nos xingava e ameaçava dizendo que iam atear fogo na blusa. Bateram em mim ao mesmo tempo um pavor e uma impotência. Não tínhamos para onde fugir, já que estávamos cercados por uma multidão furiosa. Cuspiam na gente. Temi de verdade pela vida do meu filho e pela minha. Tudo aconteceu muito rápido.
Dois dias depois, quando Bruninho postou um vídeo sozinho nas redes pedindo desculpas à torcida santista, tomei um susto gigante. Ele, ainda tão pequeno, teve a grandeza de reiterar que não queria ofender ninguém. “Não precisa xingar, eu devolvo a camisa”, disse, humilde, em 45 segundos de gravação. Em poucas horas o vídeo viralizou, recebemos centenas de mensagens e até gestos de solidariedade de Pelé e Neymar.
O Bruno sempre falou que seria jogador de futebol. Até mudei de emprego para conseguir estar presente nos seus treinos. Neste ano, ele fez teste para a equipe mirim do Santos e, em janeiro de 2022, se torna oficialmente jogador do time. Minha cabeça está processando até agora tudo o que aconteceu. Passei a questionar se vale a pena continuar estimulando meu filho a correr atrás do que quer diante da violência a que fomos submetidos.
Chega né? Já deu
Acontecem muitas coisas desse tipo...e ninguém fica sabendo...não é legal para as autoridades...
Que dó, meu. Os caras agrediram uma criança. Eu espero q eles fiquem bem e q esse episódio não tire a alegria deles de acompanhar seu time. Bruno e Moisés, o Brasil está com vcs!
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