"Eu tinha 14 anos quando sofri um AVC. O lado direito do meu corpo foi afetado, assim como minhas habilidades motoras. Foram quatro anos de recuperação que exigiram paciência e redescobertas, como, por exemplo, utilizar a mão esquerda para voltar à normalidade. No auge da vida, tive que reaprender a ler, escrever, tudo —além de tomar remédio anticonvulsivante para sempre. Foi neste momento que questionei sobre o meu lugar no mundo.
Eu poderia ser apenas mais uma pessoa recém-chegada do interior, que se perdeu na cidade e foi parar em um bar. Mas, como aprendi na terapia, 'tudo que não é surpreendente, não me interessa'. Sentei no clássico bar Charme da Paulista, em frente ao Masp, na Avenida Paulista, pedi o tal do suco e umDepois de troca de olhares e outras idas ao bar para vê-lo, um dia o"encontro" aconteceu e foi arrebatador.
Mas, enquanto sentia as dores, percebi que algo gelatinoso havia saído de meu corpo. Exames foram realizados e, de repente, era como se eu não existisse mais. Os médicos passaram a tratar tudo com o meu marido, que chegou até mim e contou:"Amor, você está grávida". Soube da pior forma, com violências psicológica e médica, que estava grávida de gêmeos, e tinha perdido um dos fetos.
Nasceu, silêncio! Valentino chegou ao mundo no dia 21/02/2008, com dois quilos e 45 centímetros. Queria ver meu filho, pedia para deixarem ver meu filho, mas não aconteceu. Pouco tempo depois, eu ainda na maca, a enfermeira veio"apresentar" Valentino para mim. Ela, com voz de boazinha, mostrou duas fotos do meu filho que eu nunca tinha visto e pediu para eu escolher qual seria colocada no cartão postal da maternidade.
O trabalho, amigos, família, projetos para o futuro e vida pessoal já não existiam. Eu contei com o apoio do David desde o começo, ele também quis ser pai do Valentino e estávamos juntos nessa, mas enquanto eu vivia para o nosso filho e pelo nosso filho, o pai não deixou de fazer o tão sonhado doutorado.
Quando ele completou 4 anos, decidimos voltar ao Brasil e morar em São Paulo. Ele seguiu com os tratamentos, escola, vida social e amorosa, trabalho.Quando a vida parecia entrar no eixos e eu estava decidida a retomar a carreira artística, foi decretada a pandemia da Covid-19. Tive que lidar com o isolamento, o medo de reviver o pesadelo de hospitais e o fim do meu casamento de quase 15 anos porque o meu ex-marido"queria viver a vida dele".
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