Num instante em que mais de 40 categorias de servidores federais ameaçam deflagrar uma greve em fevereiro por reajustes salariais de até 28%, juízes e funcionários da Justiça decidiram levar os lábios ao trombone. Representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário e do Ministério Público e da Associação dos Magistrados Brasileiros pressionam ministros do Supremo Tribunal Federal por aumentos.
Essa efervescência reivindicatória chega em hora imprópria, pois o desejo de engordar os contracheques não orna com a penúria dos cofres do Tesouro. Destoa também da realidade do mercado de trabalho privado, onde proliferam o desemprego, o subemprego e ocupações que submetem a maioria dos brasileiros a uma rotina em que sobra cada vez mais mês no fim do salário.Os servidores estão sem aumentos há mais de três anos.
Duas curiosidades marcam a cruzada por reajustes. A primeira é que o movimento foi puxado pela elite do funcionalismo. A segunda é que a encrenca foi deflagrada por Bolsonaro. Ao reservar no Orçamento federal R$ 1,7 bilhão para reajustar os salários de policiais federais, o presidente atirou contra o pé do contribuinte, deflagrando um efeito dominó.
Como se tudo isso fosse pouco, descobriu-se que o Procurador-Geral da República Augusto Aras promoveu uma farra com verba pública. Há no Ministério Público Federal 1.145 procuradores. A pretexto de antecipar vantagens e quitar privilégios atrasados, Aras autorizou o pagamento de contracheques em dezembro que variaram de mais de R$ 100 mil a quase meio milhão de reais. Beneficiaram-se 720 procuradores. Um deles beliscou R$ 471 mil.
É como se as corporações públicas vivessem num país paralelo cujos habitantes não se enxergam como parte do problema. O Brasil real é que é o problema deles.
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