contra duas bases iraquianas que abrigavam tropas americanas. A salva, que não causou mortes, pareceu calculada para evitar uma guerra entre os dois países, que não têm relações diplomáticas desde que, pouco depois da revolução de 1979, os iranianos invadiram a embaixada americana em Teerã e tomaram seus diplomatas como reféns.
O medo de um confronto ressurgiu com o assassinato de Fakhrizadeh, em meio a uma sucessão presidencial fora dos padrões nos Estados Unidos. Pouco depois que foi noticiada sua morte em um atentado, os setores radicais do regime organizaram um protesto em frente à residência do presidente, e neste sábado fizeram outro diante do Ministério de Relações Exteriores.
Considerado um moderado no contexto político iraniano, Rohani está em uma situação complicada. Por um lado, a eleição de Joe Biden para a Casa Branca lhe deu esperanças de poder retomar a via diplomática na relação com os Estados Unidos e abrir caminho para acabar com as sanções que sufocam o Irã, depois de ver sua aposta no acordo nuclear.
“Será que [Trump] atacará o Irã antes de deixar a presidência?”, perguntou, inquieta, uma professora de Teerã. Sem esperar uma resposta, ela acrescentou: “A dúvida é como a Pasdaran [Guarda Revolucionária] responderá ao assassinato do cientista”. Essa mesma incerteza aflige alguns países vizinhos da República Islâmica.