O vidro quebrado das janelas, piches na fachada e paredes aos pedaços pelo chão destoam dos vitrais e afrescos históricos do teto do salão nobre do Palacete São Cornélio, na Glória, Zona Sul do Rio. O imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional em 1938, mas hoje guarda as marcas do abandono.
— É um imóvel do século 19 com uma importância histórica para a arquitetura brasileira. As pinturas internas têm uma riqueza muito grande. Perto dela, só o Palácio do Catete. A faculdade alugava o espaço e o descaracterizou muito fazendo algumas construções. A Souza Marques saiu da casa em 1999, que ficou fechada desde então — diz Marconi Andrade, fundador do grupo SOS Patrimônio.
O imóvel foi tombado em 1938, quando foi inscrito no livro de Belas Artes do Iphan. Tanto a parte interna quanto a externa são protegidas. Nomeado mordomo dos prédios da Santa Casa, o sócio da Sérgio Castro Imóveis, Claudio Castro, afirmou que o novo comprador pode construir nos fundos, mas deve restaurar o palacete, respeitando as recomendações previstas pelo órgão de proteção ao patrimônio.
O terreno total tem quase 5 mil metros quadrados no coração do bairro da Glória, no caminho para o Catete. Ao passar na frente do local nesta segunda-feira, a professora Virgínia Maria, que mora na região há mais de 20 anos, disse que se sente insegura sobre o futuro do palacete.
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