O presidente da Argentina, Javier Milei, em seu primeiro discurso de abertura do ano legislativo — Foto: Juan Mabromata / AFP
Eleito com discurso ultraliberal, Milei prometeu um choque para reduzir o tamanho do Estado e acabar com o déficit público. Seu pacote animou o mercado, mas agravou a crise social. A inflação, que já era alta, disparou nos primeiros dois meses de governo. Os salários perderam valor, as famílias foram obrigadas a cortar despesas básicas, e a pobreza passou a atingir 57% da população — o maior patamar em mais de duas décadas.
O inquilino da Casa Rosada segue a cartilha de políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro. Em comum, todos apostam na tática da radicalização permanente. É ilusão esperar que esses tipos possam se moderar no poder. Se baixarem o tom, eles perdem a aura antissistema que os elegeu.
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