O fato é inédito. O escritor, poeta e ativista Ailton Krenak foi empossado na Academia Brasileira de Letras na noite de sexta-feira , tornando-se o primeiro indígena a se tornar"imortal" na mais importante instituição linguística e literária do país.
Usando um cocar indígena na testa, Krenak, 70, brincou sobre seu"novo traje distinto", o bom e velho"fardão da Academia", um terno verde-escuro com bordados dourados usado durante as cerimônias oficiais pelos membros dessa venerável instituição fundada em 1897, seguindo o modelo da Academia Francesa.
Na cerimônia de posse no Rio de Janeiro, o protocolo outrora rígido foi embelezado com canções nativas e uma apresentação de dançarinos com cocares de penas.por suas obras que criticam o colonialismo e o sistema capitalista, como a coletânea"Ideias para adiar o fim do mundo", publicada em 2019 e traduzida para uma dezena de idiomas.
"Pedir perdão após o fato não significa muito em termos de reparação. A verdadeira reparação vem por meio de ações", disse ele, sob aplausos.Para muitos cientistas, os povos indígenas desempenham um papel fundamental na preservação da floresta amazônica, uma questão crucial na luta contra o aquecimento global.
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