"Ele veio, colocou a cabeça no meu ombro e fiz carinho. Quando me virei, ele me mordeu no pescoço. Não sei o porquê de ele ter feito isso, ele não latiu e nem rosnou", conta.
"O Samu chegou para me socorrer, mas não podia entrar por causa do cachorro. Foi quando meu namorado chegou, abriu a porta da casa e mandou o cachorro entrar, e ele obedeceu", diz.No hospital, precisou passar por cirurgias — uma delas para amputar o braço direito. Ela ficou 28 dias hospitalizada, sendo 14 deles em coma na UTI .
"Ele era muito dócil e não estranhava as pessoas. Ele sempre interagia com as clientes do salão a ponto de encostar nelas e pedir carinho", lembra.Brasil tem aumento de mortes por ataques de cães Na sequência, está o Rio Grande do Sul, com 20 mortes, sendo 7 em 2023 — um crescimento de 40% em relação a 2022.
"Quando filhotes, os donos permitem que os cachorros subam no sofá, durmam na cama e façam o que eles quiserem. Porém, quando esse animal cresce, naturalmente ele fica mais possessivo, territorialista. Diante de uma negativa, ele se estressa. O acúmulo desse estresse faz com que um dia ele ataque", acrescenta.
"O animal não sabe lidar com as emoções, então quando ele fica ansioso, a atitude é morder", diz Patrícia Saraiva, educadora canina e especialista em comportamento animal. Um cachorro que normalmente é manso tem mais chances de atacar se estiver com dor — causada por exemplo por um machucado ou uma doença crônica que muitas vezes ainda não foi diagnosticada.
Em um episódio recente que ganhou visibilidade nacional, a escritora Roseana Murray, 73 anos, foi atacada em Saquarema por três cães da raça. Após o ataque, em 5 de abril, Murray ficou quase duas semanas hospitalizada e perdeu um braço e uma orelha. Especialistas indicam que a gravidade das lesões está mais relacionada à força do animal do que à possibilidade de ser mais agressivo ou não.
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