A segurar o choro, Fernanda desviou o olhar da tela do computador que mostrava uma moça, de joelhos, sendo decapitada. Os autores da postagem chacoalhavam a cabeça da vítima. Gritavam: “Mostra para a sua mãe!” Respirou fundo, levantou-se e decidiu usar sua pausa semanal de 45 minutos. Foi ao andar de entretenimento: uma sala com poltronas coloridas, mesa de pebolim e outros jogos, ao estilo das companhias do Vale do Silício.
Quando um usuário do Facebook ou Instagram se depara com algo que julga impróprio para circular nessas redes, ele pode clicar nos três pontinhos que ficam no canto esquerdo da postagem e denunciá-la aos administradores. Em algum lugar do mundo, esse conteúdo aparecerá na tela de um moderador. Toda mensagem supostamente imprópria postada por brasileiros é moderada, em grande parte, pela CCC de Barcelona.
Fernanda também teve momentos de pânico. Ela lembra que os moderadores não têm dia de folga fixo. Esse sistema e os turnos – que mudam do dia para a noite conforme a necessidade da empresa – acabaram por deixá-la doente. Hoje, ela faz tratamento psicológico e toma antidepressivos. Não esquece, contudo, o vídeo de um bebê sendo jogado de uma parede a outra. Sua mente revive os estupros a que assistiu, o sexo com crianças e animais, diários.
Nossa deve ser tenso. Mais ou menos como a rotina de editores de imagens de telejornal, vemos cada desgraça, muitas vezes não aguentamos e choramos durante o trabalho.
Tenho medo de clicar e ser uma reportagem atacando o Bolsonaro
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