Boa parte das dívidas do Estado angolano a empresas portuguesas, que ultrapassaram os 500 milhões de euros, já foi paga, restando cerca de 25% por pagar, segundo o delegado da AICEP no país lusófono, que assinalou, no entanto, os “progressos consideráveis” que têm sido feitos.
Miguel Fontoura destacou o “esforço sério” do executivo angolano no sentido de “ir desbastando esta dívida”, com progressos “consideráveis”, apesar das dificuldades causadas pela pandemia de covid-19 e pela crise económica, com Angola a viver o seu sexto ano de recessão consecutivo. Sobre os créditos que poderão ser recuperados no próximo ano, afirmou que é difícil antecipar pois vai depender do impacto de três variáveis: o facto de o país ir viver um ano eleitoral e o novo acordo que as autoridades angolanas poderão vir a celebrar com o Fundo Monetário Internacional , mas, sobretudo, o preço do petróleo, que poderá dar mais ou menos folga para que o Estado angolano vá regularizando as suas dívidas.
Miguel Fontoura sublinha que esta dívida, que não foi assente em contratos, “tem de ser objecto de análise muito cuidada”, mas acrescenta que se vivem “tempos novos” em que o próprio Estado angolano se mostra mais cauteloso e se apresenta como “bom pagador”.
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