"A grande questão tem que ver com as vacinas e levará tempo a compreender o impacto [da ómicron] nelas. Esta variante tem um número significativo de mutações, conhecemos algumas delas porque também apareceram noutras variantes. Por isso, temos algumas pistas de que poderemos ter uma redução na eficácia das vacinas.
Há uma semana, a OMS classificou a nova variante do coronavírus que causa a doença respiratória covid-19 como variante de preocupação, realçando, com base em dados preliminares, o risco acrescido de reinfeção com a ómicron por comparação com outras variantes de preocupação, incluindo a Delta, dominante do mundo e até à data a mais contagiosa.
Comunicada à OMS uns dias antes pela África do Sul, onde foi detetada inicialmente, a estirpe ómicron já chegou a 38 países de cinco continentes, incluindo Portugal, onde foram confirmados esta semana 19 casos. Apesar de esta semana a agência da ONU ter considerado que a nova variante representa um risco global muito alto, ainda subsistem incertezas quanto aos seus efeitos na transmissibilidade da infeção, na severidade da doença, na imunidade, nos tratamentos e nas vacinas contra a covid-19.
A epidemiologista Maria Van Kherkove esclareceu hoje que o retrocesso que houve na luta contra a pandemia da covid-19, em particular na Europa, onde houve um aumento significativo de infeções e hospitalizações, é fruto da circulação da variante Delta.
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