A proeminência que nos últimos dias ganharam os animais de estimação dos candidatos às legislativas de domingo é o sinal de uma campanha eleitoral pouco estimável. Entre a euforia e o enrascanço, cada partido anda demasiado ocupado a mobilizar as suas tropas para promover qualquer debate sério e aprofundado sobre os problemas do país, num contexto europeu e internacional cada vez menos amigável.
É por isso que ficaram por discutir questões cruciais para o nosso futuro, próximo e distante, da inflação e subida das taxas de juro, que pode estragar em menos de nada o equilíbrio precário das finanças públicas, à perda brutal de aprendizagens provocada pela pandemia, que se arrisca a deixar cicatrizes por toda uma geração. Em vez disso, temos o Zé Albino e a coelha Acácia. Cada povo tem a bicharada que merece.
Que uma campanha seja muito festival e pouca substância não surpreende, nem vale muito a pena lamentá-lo. Sempre foi assim.
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