O histórico socialista Manuel Alegre afirmou hoje que assistiu com"mágoa" ao fim da"geringonça", acusou Bloco de Esquerda e PCP de regressarem à tradição de sectarismo e frisou que sem o PS não há soluções de esquerda.
Estas críticas foram feitas pelo antigo candidato presidencial e escritor na penúltima intervenção do comício de Lisboa, no pavilhão Carlos Lopes, antes do discurso de encerramento a cargo do secretário-geral do PS, António Costa. "Camaradas, os que me conhecem sabem que sempre me bati pelas convergências das esquerdas, mas sei por vivência própria que o sectarismo corta a convergência e torna o diálogo mais difícil mesmo para quem sabe fazer pontes, como é o caso do secretário-geral do PS", declarou Manuel Alegre.
O antigo dirigente socialista disse depois que foi"com mágoa e indignação" que viu"dois partidos da esquerda juntarem os seus votos à direita e à extrema-direita para chumbarem um Orçamento progressista, abrindo esta crise política". "É com mágoa, mas sem surpresa, que vejo alguns dirigentes desses partidos a fazerem campanha contra o PS, como se o PS fosse o inimigo principal, retomando uma tradição de má memória histórica", advogou Alegre, antes de colocar em contraste as diferenças em termos de percursos históricos e de tradição ideológica entre o PS, de um lado, e PCP e o Bloco do outro lado.
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