Um dos suspeitos do assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi identificado e preso esta terça-feira no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, já na porta de embarque para o avião que o deveria levar a Riade, capital da Arábia Saudita. Khalid Alotaibi, de 33 anos, foi detido pela guarda fronteiriça, que detinha um mandado em seu nome emitido pelas autoridades turcas,.
Além da gravidade do assassínio por si só, os detalhes macabros que foram surgindo na imprensa deixaram o mundo preso à história até hoje. As autoridades turcas acreditam que Khashoggi foi desmembrado, colocado em várias malas, mas antes disso terá sido asfixiado e torturado. A Arábia Saudita prendeu 18 pessoas e emitiu cinco sentenças de morte. Mas, em setembro de 2020, as condenações capitais foram transformadas em penas de prisão de 20 anos. Os detidos não foram identificados publicamente, mas cinco membros da equipa que os turcos suspeitam possa ter estado envolvida no assassínio viajaram várias vezes para os Estados Unidos, em momentos que coincidiram com visitas oficiais do próprio príncipe.
A prisão de Alotaibi acontece numa altura em que o presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu a inclusão do reino saudita, um dos regimes mais violentos do mundo para os opositores, num périplo pelo Golfo. Garantiu não ter esquecido o assassínio de Jamal Kashoggi, mas isso arrefeceu os críticos da decisão.
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