Para a dita sociedade civil, há uma crise de qualidade nos partidos, patente no défice de mérito dos nossos políticos em funções. Para a classe política, há uma crise no setor empresarial, visível na sua preferência pelo Estado como agente económico e no modo como responsabilizam os patrões, por exemplo, pela má aplicação dos fundos europeus que eles --os políticos -- administraram.
A direita, órfã de protagonistas políticos, prefere argumentos económicos. A esquerda, que não tem outra coisa que não politiquice, resume-se a isso mesmo. Uma maioria parlamentar do PS e um líder ávido de reformas talvez mudassem isso. Mas nem uma nem outra, olhando para o historial dos sete anos de costismo, parecem remotamente possíveis.
É este, resumidamente, o paradoxo do regime: sem lideranças que o façam progredir, sem movimentos capazes de o refundar, todos os que apontam o seu esgotamento esquecem que a crise de vocações que o afundou é a mesma que impossibilita que dele surja outro. A direita, graças ao Chega e à sua"Quarta República", é mais associada a essa agenda de mudança de regime, mas o PSD de Rio também pediu"um novo 25 de Abril" e a retórica da Iniciativa Liberal nunca escondeu os seus laivos de força antissistema.
Desde renegar ao seu legado no 25 de Novembro a ter candidatos que foram condenados por terrorismo em democracia, saudando a pandemia como vitória nacional pelo caminho, o PS precisa de entender o seguinte: se quer salvar o regime ‒ isto é, a si próprio ‒ tem de parar de lhe cuspir na cara.
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