Quatro horas rodeado pelo fogo levaram a quatro anos de esforços resilientes. Viver numa das aldeias afetadas pelos incêndios de 2017 permite chegar a conclusões muito pragmáticas e realistas, para além do rebuliço político, parangonas mediáticas e pensamentos académicos.
O que é incrivelmente óbvio é que se perdeu uma oportunidade de haver um processo de mudança de atitude de todos em fazer as coisas diferentes: dos proprietários perceberem que podem e devem ter floresta mas não de qualquer maneira e lugar, dos gestores políticos locais que devem ser mais exigentes e atuantes na garantia de cumprimento das regras de gestão e ordenamento do território e da floresta intervindo se necessário, dos governantes do...
Tipicamente a forma mais fácil em Portugal de encarar este tipo de questões complexas é, por um lado, os queixosos pedirem ajuda, que quer dizer dinheiro, e os governantes despejar dinheiro em cima de um problema, o que raramente é a solução. Neste caso não tem sido diferente: abriram vários “programas” ou linhas de apoio para as mais variadas tipologias de ação e mais se seguirão com a famosa “bazuca”.
Aqui chegados, onde está a solução? Está à vista de todos e é já sobejamente discutida: remunerar os serviços de ecossistema.
Em quatro anos, Portugal descobriu que a nossa floresta que tem valor económico arde e mata pessoas e também descobriu que o território onde grande parte dessa floresta está situada é excelente para fazer férias e trabalhar, fugindo da cidade, da confusão das praias e da pandemia.
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