O Conselho de Direitos Humanos da ONU lançou esta quinta-feira uma investigação internacional à violenta repressão aos protestos no Irão, para reunir provas que possam, mais tarde, servir para julgar os responsáveis.

A resolução apresentada pela Alemanha e Islândia foi aprovada com 25 votos a favor, seis contra e 16 abstenções durante uma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos em Genebra.

Primeira condenação à morte ligada aos “motins” no Irão

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Os protestos foram, inicialmente, desencadeados pela morte, a 16 de setembro, de uma jovem de 22 anos, Mahsa Amini, detida três dias antes pela polícia dos costumes iraniana por uso indevido do “hijab”, o véu islâmico.

Aos poucos, os protestos contra o uso da força no Irão foram dando lugar a manifestações de apoio às mulheres, cada vez maiores e em mais cidades, e foram-se estendendo às denúncias de atuação da Guarda da Revolução, unidade de elite do regime do ayatollah Ali Khamenei.

Mais de 70 mortos no Irão numa semana de manifestações

Desde o início dos protestos, pelo menos 426 pessoas foram mortas e mais de 17.400 foram detidas, de acordo com os Human Rights Activists in Iran (Ativistas dos Direitos Humanos no Irão), grupo que monitoriza o movimento de contestação em curso, segundo o qual pelo menos 55 membros das forças de segurança iranianas foram também mortos.