Renováveis garantiram 37% do consumo eléctrico europeu em 2020

Portugal mantém-se no quarto lugar do ranking e no grupo de seis países onde metade da electricidade consumida é “verde”.

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Eurostat destaca o ritmo de crescimento da produção fotovoltaica na União Europeia na última década Nuno Ferreira Santos

A energia de fontes renováveis ainda continua a representar pouco mais de um terço do consumo eléctrico na União Europeia, em termos médios: chegou a 37% em 2020, acima dos 34% registados em 2019, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat esta quarta-feira.

Portugal surge no restrito lote de países onde mais de 50% da electricidade consumida é produzida a partir da água, do vento ou do sol, ocupando a quarta posição na análise referente ao ano atípico de aparecimento da pandemia de covid-19.

Os seis países do pelotão da frente continuam a ser os mesmos de 2019: a tabela é liderada pela Áustria e pela Suécia, com quotas de 78% e 70% de geração renovável, respectivamente, seguindo-se Dinamarca (65%), Portugal (58%), Croácia e Letónia (ambos com 53%).

Abaixo dos 37% da média europeia, surgem Estados-membros como a Grécia, Países Baixos, Bélgica e França, cabendo o último lugar da lista Malta, onde a quota de renováveis é de apenas 9,5%.

Segmentando a energia renovável por tipo de geração, a eólica e a hídrica continuam a ser as tecnologias de produção com maior expressão no contexto europeu, com quotas de 36% e 33% do total, respectivamente.

Contudo, o solar mantém-se como a de maior crescimento: em 2020 representou 14% no consumo, quando “em 2008 representava apenas 1% da electricidade consumida na União Europeia”, assinala o Eurostat.

A biomassa representou 8% no consumo, assim como outras formas de produção de fonte renovável.

Olhando para o peso das renováveis no consumo final de energia (incluindo todas as outras formas de consumo de energia, além da electricidade), Portugal também surge melhor que a média europeia – que foi de 22,1%, mais do dobro dos 9,6% de 2004.

Portugal é quinto no ranking (com 34%), abaixo da Áustria (36,5%), Letónia (42,1%), Finlândia (43,8) e Suécia (60,1%).

Embora supere a média europeia (de 23,1%, quase o dobro dos 11,7% de 2004), Portugal fica-se pelos 41,5% quando se mede o peso das renováveis no uso de energia para aquecimento e arrefecimento.

Aqui, a lista é encabeçada pela Suécia (66,4 %), Estónia (57,9 %), Finlândia (57,6 %) e Letónia (57,1 %).

Quanto às renováveis nos transportes (biocombustíveis, hidrogénio, biometano e electricidade limpa), o peso médio na União Europeia foi de 10% em 2020 (que compara com os 1,6% de 2004).

Acima da média destacaram-se Suécia (31,9%), Finlândia (13,4%) e Países Baixos (12,6%). Portugal ocupa a 14ª posição, ligeiramente abaixo dos 10%.

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