Testes nas escolas permitiram detectar 2700 casos de covid-19

Taxa de positividade registada nas últimas duas semanas foi de 1,8%. Nas anteriores operações de testagem de professores e funcionários nunca tinha ultrapassado 0,2%. Há escolas onde os testes só serão realizados esta semana.

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Adriano Miranda

Os testes à covid-19 realizados nas escolas nas últimas duas semanas, no arranque do 2.º período lectivo, permitiram detectar 2700 “positivos” entre professores e funcionários não docentes. Foram realizados cerca de 150 mil testes, revelou esta segunda-feira o Ministério da Educação. Mas ainda há escolas onde a operação de testagem não foi realizada, estando agendada para os próximos dias devido a “limitações das equipas de testagem dos laboratórios”.

Os números divulgados pelo Ministério da Educação, em comunicado, apontam para uma taxa de positividade de 1,8% nos testes realizados nas últimas duas semanas. Este indicador fica, assim, bem acima do verificado nas anteriores operações de testagem dos profissionais de educação, tendo variado entre 0,1 e 0,2%.

Apesar deste aumento face às anteriores testagens em massa nas escolas, a taxa de positividade entre professores e funcionários não docentes é bem inferior ao registado na população geral. Segundo o último relatório de “linhas vermelhas”, divulgado pela Direcção-Geral de Saúde (DGS) no final da semana passada, mais de 15% dos testes realizados para despiste da covid-19 em Portugal são positivos, um valor onze pontos percentuais acima do limiar recomendado (4%) e que aumentou face à semana anterior (passou de 14% para 15,5%). Professores e funcionários das escolas têm uma taxa de cobertura do esquema inicial de vacinação de 99%.

Os números agora divulgados pelo Ministério da Educação estão também ligeiramente acima dos registados nas escolas contactadas pelo PÚBLICO ao longo da primeira semana da operação de testagem nas escolas. Nas sete escolas que então disponibilizaram dados (em Braga, Fafe, Régua, Porto, Lousã, Alcanena e Lisboa), a taxa de positividade variou entre 0,4% e 1%. Isto significava, em termos absolutos, um a três positivos em cada agrupamento de escolas. No total, há 2700 casos confirmados em mais de 5400 estabelecimentos de ensino, aponta a tutela.

Ao contrário do que estava previsto, a testagem de professores e funcionários não ficou concluída nas primeiras duas semanas de aulas do 2.º período. O ministério avança, que “ainda serão realizados testes pontuais, num conjunto muito reduzido de escolas” nos próximos dias. Estes testes “não puderam ocorrer por limitações das equipas de testagem dos laboratórios, também a braços com situações de isolamentos, bem como pelo nível de solicitações resultantes do número de casos registados diariamente em todo o país”, justifica o gabinete de Tiago Brandão Rodrigues.

Segundo o Ministério da Educação foram realizados, entre os dias 10 e 21 de Janeiro, 150 mil testes à covid-19 nas escolas. Estava prevista a testagem de cerca de 220 mil profissionais e, no anterior processo de testagem, no arranque do 1.º lectivo, tinham sido realizados 180 mil testes. A diferença é explicada pela tutela pelas “normas da DGS em vigor” que desaconselham a testagem a quem esteve infectado nos últimos 180 dias.

Este “varrimento” dos profissionais de Educação, como lhe chama o ministério, foi determinado pela autoridade nacional de saúde e foi operacionalizado pela Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares. Sublinha ainda o ministério que o rastreio realizado “é independente dos testes realizados «por motivo de investigação de casos, contactos e/ou surtos na comunidade escolar», como refere a norma da DGS em vigor.

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