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Microsoft vai adquirir produtora do Candy Crush e Call of Duty por 68,7 mil milhões de dólares

A confirmar-se, será a maior aquisição da tecnológica norte-americana nos seus 46 anos de história e revela as intenções futuras da Microsoft em apostar fortemente no metaverso — espaço que combina o mundo online tradicional com realidade virtual e aumentada e onde se espera que os videojogos sejam um dos principais alicerces.
  • 4 – Microsoft (116 mil milhões de euros)
18 Janeiro 2022, 14h11

A Microsoft concordou esta terça-feira, 18 de janeiro, em comprar por 68,7 mil milhões de dólares (60,3 mil milhões de euros) a Activision Blizzard — produtora de videojogos responsável por alguns dos maiores sucessos das últimas décadas como a franquia ‘Call of Duty’, o videojogo para smartphones ‘Candy Crush’ ou o ‘World of Warcraft’, avança o “New York Times”.

A confirmar-se, será a maior aquisição da tecnológica norte-americana nos seus 46 anos de história e revela as intenções futuras da Microsoft em apostar fortemente no metaverso — espaço que combina o mundo online tradicional com realidade virtual e aumentada e onde se espera que os videojogos sejam um dos principais alicerces.

A aquisição apresenta-se como um desafio para os reguladores norte-americanos, numa altura em que as legislações às gigantes tecnológicas servem como um dos poucos pontos de convergência entre democratas e republicanos.

Ao comprar a Activision Blizzard, que enfrenta acusações de assédio sexual e discriminação por parte de alguns executivos, a Microsoft parece rejeitar a controversa cultura de trabalho que assombra a fabricante de videojogos.

A aquisição pode ser vista como uma vitória para Bobby Kotick, presidente-executivo de longa data da Activision Blizzard. O CEO já terá, inclusive, negociado um grande prémio para os investidores — a Microsoft vai pagar 95 dólares (83,5 euros) por ação, o equivalente a 45% acima do preço das ações da produtora antes do anúncio. Adicionalmente, o “New York Times” avança que a Microsoft permitirá que Kotick permaneça como administrador da empresa.

A Microsoft ganha, assim, quase 400 milhões de utilizadores mensais provenientes dos videojogos da Activision Blizzard e acesso a alguns dos jogos mais populares do mundo. Por sua vez, a parceria permitirá à Activision Blizzard ter acesso a uma vasta gama de inteligência artificial e mais talentos de programação.

Numa altura em que a corrida ao metaverso acontece a todo o gás, a aquisição da Microsoft poderá revelar-se como um impulso significativo em particular contra a Facebook (cujo nome foi alterado para Meta) que tem vindo a reforçar a aposta no metaverso.

“Os jogos são a categoria mais dinâmica e empolgante de entretenimento em todas as plataformas hoje e desempenharão um papel fundamental no desenvolvimento de plataformas metaverso”, disse Satya Nadella, presidente-executivo da Microsoft, em comunicado.

O acordo também transformaria drasticamente a Microsoft. Apesar de possuir a Xbox e os estúdios responsáveis pela produção do videojogo mais vendido (e jogado) de todos os tempos, Minecraft, a empresa permaneceu amplamente focada em utilizadores empreariais de software como o Office 365 e especialmente o Azure — o seu negócio de computação em nuvem que compete com empresas como a Amazon e a Google.

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