40% dos consumidores assume que consome canábis para combater a ansiedade ou a depressão e três quartos concordam completamente com a legalização do consumo de canábis.
Os dados são de um inquérito do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência em cerca de 30 países europeus, entre os quais Portugal, através do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.
Ansiedade ou depressão, a luta de 40% dos consumidores
De acordo com o estudo, o dado que salta mais à vista é o de que dois quintos (40%) dos consumidores consome canábis para tratar a ansiedade ou a depressão.
A maioria dos inquiridos alega que o faz para reduzir o stress (84% dos consumidores em Portugal), seguida da vontade de se divertir (60%) e da tentativa de melhoria da qualidade do sono (52%).
Para socializar (36%), para melhorar o desempenho escolar, académico ou profissional (21%), para reduzir dores ou inflamações (15%) e, simplesmente, para experimentar (3%), são as restantes razões enunciadas.
O perfil do consumidor português
Segundo o inquérito, o perfil mais comum do consumidor é: do sexo masculino (71%), identificando-se com o género masculino (67%) e entre os 18 e os 24 anos (48%).
São os cidadãos com ensino superior completo quem mais consome (36%), nomeadamente os empregados por conta de outrem a tempo inteiro (41%). Contudo, o perfil mais comum vive com os pais (43%).
É em Lisboa e Vale do Tejo que se encontra a maior percentagem de consumidores (41%), seguido do Norte (32%) e do Centro (17%), sendo que 72% vive numa cidade, 17% numa vila e 11% no campo.
Maioria está pela legalização da canábis
Cerca de três quartos dos inquiridos concordam completamente com a legalização do consumo de canábis, sendo que 25% concorda em grande medida.
De acordo com o estudo, 95% dos consumidores portugueses consumiu canábis ilegal e apenas 19% diz que consumiu legal (como os produtos comercializados em lojas, de CBD – canabidiol – e/ou de baixo teor de THC – tetrahidrocanabinol).
Apenas 0,1% (dois inquiridos) diz que consumiu por prescrição médica.
O que consomem as pessoas
Dos inquiridos, 88% dizem consumir canábis herbácea (“erva”, “marijuana”), 64% canábis resina (“haxixe”), 15% canábis em produtos comestíveis (como gomas, bolachas ou infusões) e 9% óleo ou extrato de canábis.