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Inflação em máximos de 40 anos nos EUA e desde 2012 em Portugal

Continua a pressão inflacionária nas economias ocidentais, com os dados desta quarta-feira a revelarem nova aceleração neste indicador para os casos norte-americano e português. A taxa de inflação homóloga portuguesa em dezembro foi de 2,7%, chegando aos 7,0% nos EUA.
12 Janeiro 2022, 18h00

A taxa de inflação nos EUA atingiu novo máximo em dezembro, acelerando até aos 7,0%, um resultado não visto desde junho de 1982, enquanto que em Portugal o ano passado fechou com 1,3%, sendo que o último mês de 2021 registou uma variação homóloga de preços de 2,7%, o que também constitui um pico na série, encontrando paralelo apenas em 2012.

Estes resultados são consistentes com a ideia de uma inflação elevada a prolongar-se para, pelo menos, a primeira metade de 2022, dada a trajetória de subida com que terminou o ano no capítulos dos preços.

Nos EUA, os produtos energéticos voltaram a ter forte contributo para a manutenção da pressão inflacionária, embora a variação homóloga registada nesta categoria em dezembro até fique abaixo do registado no mês anterior. Estes bens registaram um crescimento de 29,3%, o que fica abaixo dos 33,3% verificados em novembro, mas pesa significativamente no resultado final.

Ainda assim, todas as principais categorias do índice de preços no consumidor norte-americano registam variações positivas e, consequentemente, contribuições positivas para o resultado final, algo que não se verificava desde 2003 e espelha o alastramento das pressões nos preços da maior economia do mundo.

A subida na inflação subjacente, explica a Pantheon Macro, foi motivada sobretudo pelo aumento nos gastos com habitação e do mercado automóvel, quer de novos, quer de usados. A análise do think-tank prevê também que este não seja o pico da inflação no país, estimando que esta atinja 7,2% em fevereiro, mas deverá cair a partir daí, com os preços dos veículos a abrandarem dada a redução na escassez dos chips, por exemplo.

Assim, não se deverá assistir a uma subida até aos 7,0% neste indicador, como se chegou a temer, com os analistas a apontarem para uma diminuição progressiva da inflação nominal a partir de março. Para dezembro de 2022, a expectativa é que a variação de preços tenha já caído para os 3,0%.

Portugal em máximos de 2012

Apesar de registar valores para a inflação significativamente abaixo do que observa nos EUA ou nalgumas economias da zona euro, os preços em Portugal também estão a aumentar, levando à leitura mensal da inflação mais elevada desde setembro de 2012. A variação homóloga em dezembro foi de 2,7%, o que coloca a inflação anual de 2021 em 1,3%.

A energia tem um papel determinante neste fenómeno, tal como na generalidade das economias avançadas mundiais, com o preço dos produtos energéticos a acelerar 11,2% em dezembro e 7,3% no total do ano.

Ainda assim, e comparando com o cenário no resto da economia da moeda única, Portugal tem vindo a registar a segunda inflação mais baixa deste bloco, com apenas Malta a verificar menos pressão nos preços.

Por outro lado, os países do Báltico verificam já taxas homólogas superior a 10%, no caso da Lituânia e Estónia, e outros Estados-membros como a Alemanha ou Espanha reportaram 5,3% e 6,7%, respetivamente, para este indicador. Olhando para a zona euro como um todo, a taxa de inflação neste espaço foi de 5% em dezembro, ainda bem acima do valor português.

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