Economia

Gestor do PRR alia-se à Ordem dos Contabilistas para melhor controlar a ‘bazuca’

Fernando Alfaiate, presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal
Fernando Alfaiate, presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal
NUNO FOX

No que toca à fraude, a estrutura de missão Recuperar Portugal também já desenvolveu o mecanismo de recuperação de montantes indevidamente pagos ou utilizados de forma incorreta

A estrutura de missão Recuperar Portugal - que gere os 16.644 milhões de euros de fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência – assina esta segunda-feira um protocolo de cooperação com a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC).

O objetivo é contar com o apoio desta entidade nas ações administrativas de controlo interno e nas ações de acompanhamento junto dos beneficiários intermediários e finais das verbas da ‘bazuca’ europeia.

O documento será assinado pelo presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, Fernando Alfaiate, e pela bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco.

Para Fernando Alfaiate, o protocolo com esta “prestigiada instituição” marca “o início de outras parcerias com entidades de reconhecido mérito para a prossecução de uma das vertentes da nossa missão enquanto estrutura de gestão do PRR: garantir que a execução dos financiamentos num prazo exigente - 2026 - se processa no respeito pelo rigor e pela transparência dos dinheiros públicos”, lê-se na última newsletter da Recuperar Portugal.

Segundo a estrutura de missão Recuperar Portugal, este protocolo insere-se numa “estratégia robusta de controlo interno e de maior transparência e eficácia nos procedimentos de execução dos investimentos financiados pelo PRR, de forma a garantir a cumprimento da legislação nacional e da legislação europeia aplicável aos fundos NextGeneration EU”.

Defender o PRR da fraude

Fernando Alfaiate acrescenta que “os cidadãos já podem consultar na página web da Recuperar Portugal um conjunto de documentos que definem as orientações estratégicas e modelo de atuação da Recuperar Portugal no cumprimento rigoroso do princípio de proteção dos interesses financeiros da UE, tal como exigido pelo Mecanismo de Recuperação e Resiliência”.

Em causa estão a declaração de política antifraude, o código de ética e de conduta, a declaração de inexistência de conflito de interesses, o manual de procedimentos, o plano de gestão de riscos de corrupção e infrações conexas e o manual de gestão do risco. Podem ser descarregados da página de Sistema de Controlo Interno aqui.

Na prática, trata-se de assegurar que a utilização dos fundos do PRR cumpre a legislação europeia e nacional no que respeita à prevenção, deteção e correção de fraudes, corrupção, ao conflito de interesses e do duplo financiamento.

“A Recuperar Portugal desenvolveu um mecanismo de recuperação de montantes indevidamente pagos ou utilizados de forma incorreta”, lê-se no portal do PRR.

Neste momento, a estrutura de missão Recuperar Portugal já está a entrar na reta final das contratualizações com os beneficiários diretos e intermediários das verbas do PRR.

Dos 2.159 milhões de euros já recebidos da ‘bazuca’ europeia foram pagos 267 milhões de euros a diversos promotores públicos e privados. Também já foram transferidos outros 466 milhões de euros para os organismos públicos que gerem as diferentes candidaturas ao PRR fazerem chegar estas verbas aos seus beneficiários finais.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: economia@expresso.impresa.pt

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