Sociedade

“O Mediterrâneo pode tornar-se um motor de caos e violência”

5 dezembro 2021 19:52

Carla Tomás

Carla Tomás

Jornalista

giles clarke/getty images

Grammenos Mastrojeni, vice-secretário-geral da União para o Mediterrâneo

5 dezembro 2021 19:52

Carla Tomás

Carla Tomás

Jornalista

As temperaturas na bacia do Mediterrâneo aquecem 20% mais rápido do que a média global, e já se sentem os impactos sobre os ecossistemas, as comunidades e a economia numa região que alberga 510 milhões de pessoas. Em entrevista ao Expresso, Grammenos Mastrojeni, diplomata italiano que dirige as questões ambientais da União para o Mediterrâneo (UfM — que junta os 27 países da UE e 15 do Norte de África, do Médio Oriente e do Sudeste da Europa), fala sobre as várias bombas-relógio na região, a começar pela da água, cuja procura vai duplicar ou triplicar até 2050, enquanto a precipitação deverá cair cerca de 30% até 2100.

Entre os seus livros consta “Global Warming, Global Warring”. As alterações climáticas levam a guerras e estamos numa guerra contra as alterações climáticas?

Há guerras por diminuição de recursos, mas o problema atual está na enorme quantidade de energia que entra no nosso sistema, devido às mudanças climáticas, e que se transforma em desordem, em caos. A falta de previsibilidade dos ciclos da Natureza faz com que todo o sistema produtivo se desorganize. Precisamos de planear melhor a economia, começando pela agricultura e pela gestão da água.