O motorista do ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita foi acusado esta sexta-feira de homicídio por negligência, no caso do atropelamento mortal de um trabalhador na A6. As perícias concluíram que o carro seguia a 163 quilómetros por hora.
Ricardo Costa critica a reação de Eduardo Cabrita, que afirmou ser apenas “um passageiro”, dizendo que a frase “não é nada brilhante”, como não têm sido as frases do ministro ao longo de todo este processo, lamenta.
“Goste-se ou não se goste, o ministro não tem condições evidentes para estar como ministro da Administração Interna há vários meses. Agora já não deixa de o ser antes do final de janeiro”, diz.
Sobre a acusação, afirma não ser surpreendido, já que do ponto de vista penal, “é natural que surja apenas sobre o motorista”.
Ricardo Costa lamenta ainda que, na sequência do atropelamento mortal, não tenha havido “a mínima consciência coletiva” das autoridades do Estado para as condutas na estrada. Em novembro, a SIC constatou governantes a circular a velocidades acima dos limites. Recorde a reportagem aqui.
“Espero que, independentemente das consequências para o ministro, é importante, assim como nós cidadãos estamos mais conscientes hoje para as questões do excesso de velocidade que há 20 anos, é que essa consciência também venha de outros lados”, conclui.
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