Economia

TAP retoma em dezembro 80% dos voos que tinha antes da pandemia e espera como "prenda de Natal" o plano aprovado por Bruxelas

TAP retoma em dezembro 80% dos voos que tinha antes da pandemia e espera como "prenda de Natal" o plano aprovado por Bruxelas
João Carlos Santos

No congresso de turismo que decorre em Aveiro, a companhia avançou que está confiante na aprovação da Comissão Europeia do plano que irá determinar o seu futuro, e garantiu estar a recuperar neste final de ano muito do tráfego de 2019

A TAP afirma-se "otimista" em relação a Bruxelas vir a dar luz verde ao seu plano de recuperação, e garante estar a viver um momento favorável na retoma da sua malha de voos comparativamente com o período pré-pandemia.

"Em novembro aumentámos a capacidade, e em dezembro estamos a 80% do que operávamos em 2019", garantiu Sílvia Mosquera, diretora comercial e de receitas da TAP no congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e de Turismo (APAVT), que decorre em Aveiro até 3 de dezembro.

Apesar dos últimos surtos de covid-19, nomeadamente da variante Ómicron, que levaram à suspensão de voos nesta altura de pico na quadra natalícia, com destaque para Moçambique, a responsável da TAP enfatiza: "desde setembro, notamos um crescimento muito grande na procura, sobretudo desde que abriram as fronteiras com o Brasil" (a 1 de setembro), a par dos Estados Unidos (a 8 de novembro), rotas consideradas estratégicas para a companhia.

A principal questão, neste momento de retoma de procura, prende-se com a aprovação do plano de recuperação da companhia do lado de Bruxelas, do qual depende o próprio futuro da TAP.

"Estamos otimistas, e esperamos antes do fim do ano termos o plano aprovado por Bruxelas, será a prenda de Natal para a TAP", antecipou Sílvia Mosquera. "Mas não estamos parados, já estamos a trabalhar em todas as áreas, precisamos é da aprovação do plano para validar e dar continuidade a este nosso trabalho".

A 1 de dezembro, a TAP lançou uma nova política de "flexibilidade total" em todas as tarifas, e para 100% dos destinos onde opera, anunciou ainda a responsável da companhia aérea.

Aeroportos da ANA a recuperar o tráfego, mas "de forma assimétrica"

Nos aeroportos da ANA, está a verificar-se uma retoma do tráfego relativamente a períodos anteriores à pandemia, mas que é "assimétrica" e está a decorrer a "diferentes velocidades", segundo destacou o administrador comercial da empresa, Francisco Pita, no congresso da APAVT.

"Nos Açores e na Madeira a recuperação está a ser mais rápida, em novembro o aeroporto da Madeira teve o mesmo tráfego de 2019", adiantou o administrador da ANA.

Em novembro, também o aeroporto de Faro recuperou 80% do tráfego que tinha no pré-covid. "Houve bastante golfe, e muitas pessoas que tinham férias em maio e junho passaram-nas para novembro", notou Francisco Pita, lembrando que o Algarve sofreu muitas flutuações ao longo do ano, nomeadamente com os "sobressaltos com o Reino Unido" a nível de corredores aéreos.

No caso do aeroporto de Lisboa, a recuperação de tráfego em novembro face aos níveis de 2019 é de 75%, segundo o administrador da ANA. "Já tivemos momentos na Portela idênticos a 2019, está recuperação tem sido assimétrica", reiterou.

Para o crescimento turístico que se prevê em Portugal na próxima Páscoa, quando a pandemia ficar mais controlada, o esgotamento de capacidade da Portela perfila-se como o principal travāo. " A posição da ANA sobre o novo aeroporto é conhecida, temos uma proposta para o Montijo que demora quatro anos, e outras soluções demoram sete anos", destacou Francisco Pita.

"Precisamos de facto de um novo aeroporto, senão é impossível pensarmos em continuar a crescer", salientou o administrador da ANA no congresso de turismo.

Sobre as novas restrições decretadas pelo Governo no sentido de os aeroportos terem de controlar todos os passageiros que aterram em Portugal e ficarem obrigados a apresentar teste à covid-19 negativo, o administrador da ANA frisou: "foi complexo montar esta operação, que envolveu uma logística complicada, mas estamos a fazer tudo para minimizar o impacto junto dos passageiros".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: cantunes@expresso.impresa.pt

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