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Confederação do Comércio prefere redução da TSU para compensar subida do salário mínimo

“A única medida que funciona de forma eficaz nessa área é uma baixa efetiva da TSU nessas situações”,  afirmou o presidente da CCP, que admite, no entanto, que no atual contexto essa medida poderia não passar.
28 Novembro 2021, 12h49

O presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, admite preferir que o Governo opte por uma descida da TSU (Taxa Social Única), em vez da devolução da taxa cobrada pelo aumento do salário mínimo.

“A única medida que funciona de forma eficaz nessa área é uma baixa efetiva da TSU nessas situações”,  afirmou o presidente da CCP, este domingo em entrevista ao programa Conversa Capital, da Antena 1 e “Jornal de Negócios”, referindo, no entanto, que no atual contexto essa medida poderia não passar no parlamento.

A medida que foi tomada “foi a possível” no atual contexto, e “nós preferimos que seja posta em prática esta medida do que nenhuma”, referiu  presidente da CCP.

Recorde-se que o Governo de António Costa, para compensar as empresas pelo aumento do salário mínimo de 6% para 705 euros brutos, decidiu voltar a introduzir o apoio direto, para todos os sectores, no valor máximo de oito euros por mês, ou 112 euros por ano.

Segundo anunciou Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, “as empresas que se encontrem a pagar mais do que o salário mínimo mas menos do que os 705 euros, em virtude de uma convenção coletiva, essas receberão (em 2022) o apoio por inteiro [112 euros por ano]”. Quem pagava acima sem convenção só terá metade do apoio.

Este ano, o apoio traduziu-se num subsídio de 84,5 euros por cada trabalhador que passou do salário mínimo de 2020 (635 euros) para o salário mínimo de 2021 (665 euros).

Já sobre o formato do futuro governo o presidente da CCP não se pronunciou. “Estamos habituados a negociar com qualquer Governo”, afirmou  Vieira Lopes que frisou no entanto que prefere um Executivo que dê mais atenção às empresas e que não dê apenas relevância às políticas sociais.

Vieira Lopes alertou para a necessidade do próximo Governo ter em conta que é preciso “reforçar o tecido empresarial, porque se não houver produção de riqueza, se não houver produtividade, não haverá subida significativa de salários”, defendeu.

As confederações patronais voltaram à concertação social, que, segundo Vieira Lopes, é “um instrumento muito importante”.

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