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Investigadores descobrem que coração das moscas reage de igual forma ao dos humanos em situações de perigo

Descoberta vai ajudar a compreender como o cérebro dos animais e dos humanos condiciona comportamentos.

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Um grupo de investigadores da Fundação Champalimaud descobriu que o coração das moscas reage da mesma forma que o coração dos humanos em situações de perigo, e a descoberta vai ajudar a compreender como o cérebro dos animais e dos humanos condiciona comportamentos.

"A mosca da fruta, do ponto de vista genético, é bastante semelhante aos humanos, a quantidade de genes que partilhamos é elevadíssima. Em relação ao coração, os genes que especificam quais as células que se vão tornar parte do coração são os mesmos da mosca e nos humanos", explica a investigadora da Fundação Champalimaud, Marta Moita.

A mosca da fruta é usada como modelo para estudar patologias cardíacas.

Foi precisamente o coração deste pequeno inseto que os investigadores da fundação estudaram durante cinco anos, tendo descoberto que os batimentos cardíacos variavam tal e qual os dos humanos perante uma situação de perigo.

A hipótese era considerada pouco provável, uma vez que a mosca não tem sistema nervoso autónomo.

"Quando qualquer animal está perante uma ameaça, há uma série de respostas comportamentais tipo fuga que são acompanhados por alterações fisiológicas, por exemplo, o ritmo do coração. Muitas vezes imaginamos que acelera perante o perigo, mas quando uma pessoa se imobiliza, o coração acelera na mesma", acrescenta a investigadora.

Para chegarem a estas conclusões usaram, por exemplo, uma sombra, sendo que, à medida que se aproximava, a mosca tinha duas reações: ou fugia e o batimento cardíaco acelerava, ou ficava quieta e o batimento cardíaco baixava, tendo também aqui surgido uma outra descoberta.

"A imobilização perante o perigo é um comportamento ativo que consome bastante energia e que exige bastante do animal, e normalmente não se pensa assim e isso é outra das coisas que o nosso estudo revela", diz Marta Moita.

O estudo dos mecanismos de defesa da mosca vai continuar.

Os investigadores acreditam, dadas as semelhanças, que, em breve, pode ajudar a perceber a forma como o cérebro influencia comportamentos, incluindo na espécie humana.

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