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O “novo” William Carvalho, de dispensável a patrão do Bétis com “têmpera, critério, intensidade e visão de jogo”

O médio português tem surpreendido tudo e todos, renascendo das cinzas de um William que esteve quase a ser dispensado. Aclamado como líder do meio-campo do Bétis, tem feito grandes exibições e, de acordo com a generalidade da imprensa espanhola, brilhou no jogo com o Valência, com o "Estadio Deportivo" a dar-lhe nota 9

Carlos Luís Ramalhão

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“Soberbo. Majestoso. Estratosférico. Esplendido. Grandioso. Colossal. Gigantesco. Monumental. Sublime. Superlativo.”

É rica em adjetivos a publicação do Real Bétis no Twitter após o jogo com o Valência. A alegria dos sevilhanos pouco diria aos vizinhos do lado de cá da fronteira, não fosse a fotografia que acompanha a chuva de elogios. Nela, vemos um velho conhecido que prometeu muito, quiçá desiludiu, e agora aparece renascido como líder da equipa andaluz: William Carvalho.

Frente ao Valência, que perdeu com o Bétis por 4-1, o jogador formado no Sporting confirmou o excelente momento de forma, depois de anos a perder créditos. De tal forma que foi dado como dispensável pelo mesmo treinador que agora o elogia. O jornal “Marca” reproduz as palavras de Manuel Pellegrini, o treinador que dirige o Real Bétis: “Sabíamos que William Carvalho tinha um teto muito mais alto”. O técnico passa rapidamente a uma análise coletiva da sua equipa, mas fica o apontamento relativo à exibição do internacional português.

O “Estadio Deportivo” atribui a William a nota 9, analisando o comportamento do jogador que está a dar cartas esta época: “Depois de um par de falhas que fizeram recordar o antigo William frente ao Leverkusen, voltou a ser o [jogador] desta temporada, com têmpera, critério, intensidade e visão de jogo”. “Por vezes, a sua cabeça funciona mais depressa que as dos seus companheiros, que ‘castigou’ com passes impossíveis de alcançar, ainda que no local preciso,” diz o “ED”.

“O Bétis de Manuel Pellegrini é insaciável,” diz o “Diário de Sevilla”. Os elogios coletivos estendem-se por um parágrafo convenientemente longo para um jornal da terra. A equipa “devorou o Valência em todas as partes do terreno (…) com a liderança de um incomensurável William Carvalho (…) que também foi ao limite em cada duelo quando era preciso recuperar a bola”. Mais à frente, regressam os louvores ao internacional português que, alegadamente, Jorge Jesus queria no Benfica. “William Carvalho ‘governou’ a medular para que a partida fosse jogada onde o Bétis quisesse,” diz o “Diário de Sevilla”.

A caminho vem mais uma dor de cabeça (das boas) para Fernando Santos, que chamou o médio à seleção — esteve no Europeu — numa altura em que William não estava em grande forma e muitos já o apontavam ao declínio. Com este “renascimento”, o jogador mostrou que ainda é cedo para sair de cena e que está pronto para disputar um lugar no meio-campo nacional.