As entregas de gás argelino a Portugal e Espanha vão deixar de usar o gasoduto que passa por Marrocos e serão feitas exclusivamente pelo Medgaz, que já serve a península ibérica, disseram esta quarta-feira governantes argelinos e espanhóis.
A Argélia exporta cerca de 10 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano para Espanha e Portugal, através do Gaz Maghreb Europe (GME), um gasoduto que atravessa Marrocos, mas Argel decidiu não renovar este contrato devido à grave crise diplomática entre aqueles dois países.
O gasoduto de Medgaz já transporta gás argelino para a península ibérica desde 2011, mas opera já na sua capacidade máxima de 8 mil milhões de metros cúbicos por ano, ou seja, metade das exportações anuais da Argélia para Espanha e Portugal.
O assunto esteve hoje no centro das conversações entre a ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, e o ministro argelino das Minas e Energia, Mohamed Arkab.
Segundo a agência de notícias argelina APS, citada pela France-Presse, o ministro argelino tranquilizou os parceiros espanhóis assegurando que "a Argélia cumprirá todos os compromissos de fornecimento de gás através do gasoduto Medgaz".
O fornecimento será assegurado, segundo o governante, através de um aumento de capacidade do Medgaz e de um aumento das exportações de gás natural liquefeito por via marítima.
Tradicionalmente difíceis, as relações entre a Argélia e Marrocos deterioraram-se nos últimos meses, principalmente devido à questão do Saara Ocidental, território que Rabat controla em cerca de 80% mas onde Argel apoia os separatistas da Frente Polisário.
No final de agosto, a Argélia rompeu as ligações diplomáticas com o país vizinho.
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