Internacional

Sudão: Alemanha "condena claramente" tentativa de golpe de Estado

Heiko Maas, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha
Heiko Maas, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha
Omer Messinger

"As informações que dão conta de uma nova tentativa de golpe no Sudão são perturbadoras", afirmou Heiko Maas, que apelou ao "diálogo" entre os responsáveis políticos que dirigem as autoridades de transição no país

A Alemanha "condenou claramente" hoje a tentativa de golpe no Sudão, que "deve parar imediatamente" para permitir a continuação de uma "transição política pacífica para a democracia", numa declaração assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros alemão.

"As informações que dão conta de uma nova tentativa de golpe no Sudão são perturbadoras", afirmou Heiko Maas, que apelou ao "diálogo" entre os responsáveis políticos que dirigem as autoridades de transição no país.

De acordo com o Ministério da Informação sudanês, quase todos os civis membros das autoridades de transição no país estão detidos pelos "militares", incluindo o primeiro-ministro sudanês, Abdullah Hamdok, e outros representantes políticos civis, na sequência de tensões entre os órgãos de transição.

Também a ONU e a Liga Árabe condenaram as detenções dos líderes civis membros do órgão de transição no Sudão, considerando-as "inaceitáveis", nos termos do enviado das Nações Unidas ao país, Volker Perthes, que se manifestou "muito preocupado com as notícias de um golpe de Estado".

"Apelo às forças armadas para que libertem imediatamente os detidos", afirmou o representante especial para o Sudão e Chefe da Missão Integrada de Assistência à Transição das Nações Unidas no Sudão (UNITAMS), acrescentando que, segundo o Ministério da Informação sudanês, quase todos os civis membros das autoridades de transição no país estão detidos pelos "militares".

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, expressou através de uma declaração a "profunda preocupação" da organização sediada no Cairo, e exortou as partes a respeitarem o documento constitucional assinado em agosto de 2019 pelos militares e civis, em que se comprometem a partilhar o poder durante o período de transição, iniciado com a queda do ditador Omar al-Bashir, em abril do mesmo ano.

Abulgueit recordou que "não há problemas que possam ser resolvidos sem diálogo", após semanas de tensões e acusações cruzadas entre as componentes civil e militar dos órgãos dirigentes do Sudão, na sequência de uma tentativa de golpe de Estado em setembro, abortada pelo exército.

O secretário-geral da Liga Árabe, de que o Sudão é membro, observou que "é importante respeitar todas as decisões e acordos acordados relativamente ao período de transição" e que as partes se abstenham "de quaisquer medidas que possam perturbar o período de transição ou abalar a estabilidade no Sudão".

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