Cartas ao director

Não teremos sempre Paris

João Wengorovius Meneses escreveu um artigo, aqui no PÚBLICO, que foi publicado no pretérito dia 21 com o título “Teremos sempre Paris?”. Julgo que o Acordo de Paris não vai passar de uma conferência de boas e piedosas intenções visto que o quarto emissor mundial de gases com efeito de estufa que é a Rússia e o primeiro que é a China não estarão muito interessados em limitar esse aquecimento global a 1,5º C. A China está imparável no seu crescimento económico e progresso a todo o custo. O povo chinês, por sua vez, não está sensibilizado para a deterioração do planeta, para a desflorestação e a perda de biodiversidade. A degradação dos ecossistemas continuará a fazer-se sentir. Por todo o lado. A Índia e o Brasil também não querem perder o comboio do progresso e desenvolvimento e não olharão a meios para atingir os fins.

Como escreveu João Wengorovious “não só nós somos parte da natureza, como dela obtemos bens e serviços essenciais nomeadamente alimentos, água e a regulação do clima e das doenças”. E o que vemos à nossa volta? Os países mais renitentes em seguir o Acordo de Paris continuarão a sugar até ao tutano os bens e os serviços que a natureza oferece. Não tenhamos ilusões. E quando se derem conta que a ambição e a sofreguidão desmedidas colocaram a Terra à beira do precipício já será tarde. As futuras gerações irão viver, infelizmente, pior (a geração actual já vive). Irão viver numa terra exaurida e agónica. Caminhamos para um futuro distópico.

António Cândido Miguéis, Vila Real

Mariana Mortágua às Finanças 

Mariana Mortágua, a porta-voz do Bloco para tudo que seja financeiro, será a pessoa ideal para ministra das Finanças numa próxima remodelação governamental. Ao ouvir-se pela boca de Mariana Mortágua uma rápida descrição dos nove pontos que o Bloco define como forma de fazer com que não haja uma “crise política” ficamos todos felizes e contentes. As reformas e pensões sobem. Os profissionais de saúde passam a ganhar mais, no geral os salários baixos que são uma realidade deixarão de o ser, e, por aí adiante. Ou seja, tudo muito melhor, só que não dá para entender onde se vai buscar dinheiro para tantas propostas, tantas benesses.

Temos uma produtividade tremendamente baixa. Temos uma dívida pública de mais de 125% do PIB. Não temos petróleo. Não podemos explorar o lítio que temos, dado que todos querem que seja feito no quintal do vizinho, nunca no próprio. Logo, por certo com a ministra das Finanças Mariana Mortágua, vai ser possível inverter tudo o que está mal, na distribuição da despesa pública, compensando em novas fórmulas de conseguirmos mais receitas públicas.

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

Orçamento do Estado

Para a construção de OE faz-se segundo opções mas de igual modo de acordo com a capacidade financeira. Poderíamos comparar com alguém que adquiriu um belo terreno com uma linda vista (Portugal). Aí existe uma casa velha. Há que tomar a opção de reconstruir ou demolir para fazer uma nova (grande opção). Se se opta por reconstruir verifica-se: o telhado terá de ser todo novo pois é suporte de tudo resto (Justiça); a seguir verificamos que toda a caixilharia e portas têm de ser tratadas (Saúde); são precisos especialistas de construção civil, electricidade, energias renováveis, etc. (Educação); para arranjo da parte exterior são preciso jardineiros e cortar algumas árvores (Agricultura) , é necessária toda uma borocracia para legalizar a obra (Administração Interna), No final verificamos que não temos verbas que cheguem para tudo. Ou cortamos de um lado para dar para outro ou adiamos algumas fases. Outra opção seria demolir e fazer de novo mas de acordo com as nossas possibilidades. Para ambas é preciso alguma coragem na decisão.

António Barbosa, Porto  

Defesa de Salgado

Há advogados dispostos a tudo para tentarem salvar os presumíveis criminosos que defendem e Francisco Proença de Carvalho é um deles. Ricardo Salgado cometeu os crimes que cometeu em perfeito juízo mental e note-se que, por vontade própria ou aconselhado pelo advogado, nunca foi a tribunal e nunca disse uma única palavra em tribunal. Se assim foi até aos dias de hoje, porque é que Francisco Proença de Carvalho quer que o julgamento seja suspenso? Senhor advogado, basta de brincadeiras. Ponha a sua consciência e honestidade intelectual a funcionarem e aja em função disso. Ainda bem que o colectivo de juízes que está a julgar Ricardo Salgado não se deixou influenciar pela “doença” dele.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora 

Sugerir correcção
Comentar