O jurista e ex-ministro de Pedro Passos Coelhos, Miguel Poiares Maduro, diz que Rui Rio não conseguiu “articular explicitamente uma mensagem muito clara, diferenciadora, do PSD”. Em entrevista ao “Diário de Notícias”, o académico Poiares Maduro explicita que mensagem diferenciadora devia ser passada com a “recusa de qualquer dependência de um futuro governo do PSD de um partido radical como o Chega”.
“Era o PSD que assumia o espaço político moderado, o risco de não ir para o poder mesmo se isso implicasse uma coligação com um partido radical. Se nós fôssemos para o poder com um partido radical, como estes últimos anos têm demonstrado, seria estar no poder pelo poder, porque não conseguiríamos ter uma agenda reformista. A capacidade de governar fica dependente, condicionada à vontade desses partidos radicais”, enuncia.
Apesar de reconhecer semelhanças entre o Chega, o PCP e o BE - uma vez que os três defendem “um Estado muito forte” -, considera que “são radicais de forma diferente”. “O Chega é um partido de tendências xenófobas. Eles vão dizer que não dizem nem formulam explicitamente nenhuma política racista e xenófoba, mas a sua mensagem política procura cativar pessoas que têm esse tipo de abordagem e muitas vezes amplifica esses preconceitos.”
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