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Morreu Colin Powell, o secretário de Estado norte-americano que ‘inventou’ as armas químicas de Saddam

O general, ex-secretário de Estado, morreu aos 84 anos depois de ter contraído Covid-19 e de a sua saúde se ter deteriorado. O seu nome ficou ligado ao escândalo das armas químicas de Saddam Hussein, que nunca apareceram.
18 Outubro 2021, 13h49

A função de maior destaque de Powell foi a sua presença como 65º secretário de Estado dos Estados Unidos durante o governo de George W. Bush, entre 2001 e 2005. Filho de uma família de imigrantes jamaicanos, cumpriu duas comissões de serviço na Guerra do Vietname.

Em 1972, assumiu o seu primeiro cargo de natureza política, passando a fazer parte da equipa da Casa Branca como assistente do secretário de Estado Frank Carlucci, o célebre embaixador dos Estados Unidos em Portuga ao tempo do 25 de Abril de 1974. Posteriormente, desempenhou diversas funções de comando no Pentágono.

Em 1987, Powell passou a fazer parte do Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos e tornou-se assessor do presidente para os assuntos de segurança nacional. No fim desse ano, o então presidente Ronald Reagan nomeou-o sucessor de Carlucci.

Em 1990, o presidente George Bush nomeou Powell para o cargo de chefe do Estado-Maior Conjunto, o mais alto posto militar do país.

Powell planeou a invasão norte-americana do Panamá em dezembro de 1989, destinada a derrubar e capturar o ditador Manuel Noriega, e a operação Tempestade no Deserto durante a Guerra do Golfo (agosto de 1990-março de 1991).

Nesta função, acabou por ser um dos rostos mais conhecidos dos Estados Unidos, tendo sido considerado por todos um muito eficiente comandante. Aliás, a operação Tempestade no Deserto é considerada, do ponto de vista militar, exemplar.

Mas essa aura acabaria por desmoronar-se quando, e fevereiro de 2003, e enquanto secretário de Estado, Colin Powell fez um discurso perante o Conselho de Segurança da ONU em que tentou demonstrar a existência de armas de destruição massiva nas mãos do líder iraquiano Saddam Hussein.

A certeza de Powell era tanta que ele agitou perante o Conselho um frasquinho com o que dizia ser uma amostra de armas iraquianas proibidas. Mais tarde, quando os Estados Unidos reconheceram a inexistência de tais armas, Powell reconheceu também que o discurso ficara como uma “nódoa duradoura” no seu curriculum.

O discurso de Powell foi considerado uma hábil peça de propaganda da administração Bush, mas acabou por ser um embuste ao qual Powell nunca deixou de estar ligado.

Desde que se retirou da vida política e militar, Powell dedicava-se à escrita e a fazer conferências

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