17 outubro 2021 12:01
Tinha 11 anos e em 1956 estava anonimamente na Feira Popular quando a televisão começou a nascer em Portugal, mal imaginando então que assinaria anos depois alguns dos mais históricos momentos que o pequeno ecrã nos deu a ver... Hoje, aos 76 anos, mantém-se em atividade e já não passa despercebido em lado nenhum
17 outubro 2021 12:01
Sempre sorridente, Júlio Isidro gosta de partilhar memórias. E as suas cruzam-se com a história da rádio e da televisão em Portugal. Fomos ter com ele em setembro, quando preparava o novo cenário do “Inesquecível”, o seu programa com maior longevidade e onde fala das histórias dos outros. Mas hoje, ao Expresso, conta-nos as suas memórias.
Quando a televisão chegou a Portugal, foi um dos muitos que passaram pela Feira Popular para ver as primeiras emissões experimentais, em 1956?
Eu tinha 11 anos e tentava estar em bicos dos pés no meio de uma multidão de senhores engravatados, de chapéu na cabeça, a olhar para os ecrãs, num pavilhão. Havia o Pavilhão das Panelas, o Castelo Fantasma e estava ali uma outra coisa que não sabíamos o que era, até com uma barra a passar... Não era uma imagem muito fixa... Eu entrava com um amigo e ia ver a televisão. Lembro-me de ter visto o Fernando Pessa (e na altura sabia lá quem era), a Vera Lagoa, o Alves Barbosa em cima de uma bicicleta a ensinar como se corria na Volta a Portugal, e ainda uma senhora a tocar piano... E eu ficava ali especado. Depois da Feira Popular, passámos a ver a televisão nas montras das lojas de eletrodomésticos, fundamentalmente a da Loja RTP, na Praça de Londres. As pessoas estavam ali o tempo inteiro a ver um jogo de futebol ou um programa de variedades, e com polícia a tomar conta, não sei se das pessoas ou dos aparelhos de televisão.
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