Portugal tem mais de 1,6 milhões de pessoas que vivem com menos de 540 euros por mês, ou seja, que estão abaixo do limiar da pobreza. Os dados são referentes a 2019 e foram divulgados pelo Pordata este domingo – Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
Quem corre mais risco de viver em dificuldade são os jovens e os idosos. No caso das faixas etárias mais velhas, a situação das reformas é preocupante, uma vez que as pensões se mantêm quase iguais há mais de 47 anos. Desde 1974 apenas aumentaram sete euros.
Mesmo quem tem emprego não está seguro: o estudo da Pordata revela que 9,5% dos trabalhadores portugueses são considerados pobres. Entre 22 países da Europa, Portugal surge no oitavo lugar dos que têm maior risco de pobreza entre quem trabalha.
Em 2019, eram quase dois milhões de pessoas que viviam abaixo do limiar da pobreza, auferindo, no máximo, 540 euros por mês. No entanto, apenas 267 mil pessoas receberam o Rendimento Social de Inserção (RSI). No ano passado, o número de beneficiários desceu ainda mais, atingindo o valor mais baixo dos últimos 15 anos.
No que toca à composição do agregado familiar, quase 40% das famílias com três ou mais crianças e 24% dos que viviam sozinhos tinham dificuldades económicas.
O risco é também mais acentuado entre pessoas que têm um nível baixo de escolaridade. Um em cada quatro portugueses que têm, no máximo, o nono ano de escolaridade vive em situação de pobreza.
Nas escolas, 380 mil alunos receberam apoio socioeconómico e quase 223 mil beneficiaram de refeições subsidiadas.
Desde 2008, Portugal conseguiu retirar mais de 720 mil pessoas da pobreza, um valor que é quase três vezes acima da meta definida até 2020 – que era 200 mil pessoas.
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