O falido BPP quer que seja arrestado o recheio da casa de João Rendeiro em Cascais. Para já, o tribunal apenas quer recolher as 124 obras de arte que estão à guarda da mulher do ex-banqueiro, mas se a juíza autorizar este novo requerimento, na casa de luxo pode ficar pouco mais do que o frigorífico, o fogão e a cama.
Se o tribunal aceitar o requerimento do PPP e avançar com o arresto do recheio da casa de João Rendeiro e da mulher, os agentes de execução podem levar quase tudo. Nota o Expresso que o Código de Processo Civil diz que têm, no entanto, de ficar apenas os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica: o frigorífico, o fogão, a cama ou as loiças de casa de banho.
Mesmo assim, recheio não chegaria para pagar indemnização
De acordo com o Expresso, o falido BPP pediu o arresto para "acautelar o pagamento das indemnizações em que se mostra condenado o arguido João Rendeiro". Mas mesmo que a juíza aceite o requerimento e mesmo que os agentes de execução arrestem preventivamente, à ordem do tribunal, todo o recheio da casa, isso não chegaria para João Rendeiro pagar ao BPP os quase 30 milhões de euros de indemnização a que foi condenado.
O banco falido quer que saber se há carros, contas bancárias, pensões ou outras casas em nome do casal João e Maria de Jesus Rendeiro. E se assim for, quer arrestar tudo antes que seja tarde.
Sobretudo depois de, nas buscas de segunda-feira, a PJ não conseguido localizar 15 das 124 obras de arte que o tribunal arrestou em 2010 e que ficaram à guarda da mulher de Rendeiro.
Num despacho a que a SIC teve acesso, Maria de Jesus Rendeiro diz que já encontrou metade das 15 obras que estavam desaparecidas. Tem até quarta-feira para as entregar a todas na PJ e no dia 29 vai a tribunal prestar declarações.
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