Se o estimado leitor começou por olhar para a última foto do friso abaixo, não se deixe enganar! Parece que o nosso repórter é do mesmo tamanho do atleta, mas não. Olhe bem para os pés... Pois, estamos acompanhados de um autêntico armário chamado Cláudio Pedroso, craque do andebol português que hoje joga ao serviço do Belenenses, depois de passagens por Benfica, Madeira SAD e Sporting que nos explicou as bases deste desporto que poderá experimentar já depois de amanhã, no Record Challenge Park.
"Uma das coisas mais importantes é aprender a técnica de driblar a bola porque temos de ter uma boa relação com ela. Para além disso, é fulcral dominarmos os apoios. Com isto, está meio caminho andado para sermos jogadores", começou por dizer, continuando: "Os três passos variam conforme a tua mão dominante. Por exemplo, eu sou canhoto e, por isso, começo sempre com a perna direita. Um, dois, três e depois faço o remate ou o passe, dependendo da situação. Uma parte boa é que não és obrigado a utilizar os três apoios, podes usar dois ou mesmo só um e assim consegues surpreender os teus adversários."
Por fim, o lateral-direito, de 35 anos, explicou-nos os vários tipos de passes e remates, antes de passarmos à ação. "Temos o passe por cima, o passe de anca e o passe por baixo. Nos remates, podes fazer em suspensão para rematarmos por cima do defensor, mas ainda temos os tiros em apoio e na passada. Para além disso, há ainda a situação dos livres de 7 metros. Quando era novo, passava trenos inteiros a fazer só isto", completou.
Sem dar hipóteses quando se passou da teoria à prática
Na parte teórica, estava tudo a correr às mil maravilhas, mas quando se passou à prática... foi bem pior. Fomos à baliza e Cláudio Pedroso testou todos os remates que tem no seu arsenal e não teve piedade. "Então vou começar pelo remate em suspensão", começou a dizer e, quando acabou, a bola já estava no fundo das redes sem que sequer a tivéssemos visto. No livre de 7 metros a história repetiu-se. "Só não podemos passar a linha, de resto vale tudo", disse, enquanto fez um chapéu. O nosso momento alto foi quando conseguimos bloquear parcialmente um remate que deu golo na mesma.Respirar saúde mesmo no meio da pandemia
Como está o andebol português? Foi com essa pergunta que começámos a conversa com o Miguel Laranjeiro, presidente da Federação de Andebol de Portugal. "Vive um momento de grande importância, não só pelo que têm sido as prestações das seleções. Os clubes estão com grande foco e aposta numa época competitiva. Há crianças e jovens a quererem participar, com clubes a surgirem em regiões onde há menos atividade. Com as dificuldades conhecidas, e muitas resultam da pandemia, o andebol respira saúde", apontou.
Mesmo com duas épocas afetadas pela Covid-19, Miguel Laranjeiro destaca um trabalho "muito focado para assegurar o futuro". "É preciso provar que é seguro jogar. Os clubes e a federação fizeram um esforço enorme e o andebol foi um agente ativo de saúde pública. O desafio é aproveitar esta prestação nacional e internacional da modalidade e ir ao encontro dos mais jovens", sustentou.
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