Economia

Exploração de lítio no Barroso. Empresa mineira vai candidatar-se aos fundos do PRR para financiar projeto

Exploração de lítio no Barroso. Empresa mineira vai candidatar-se aos fundos do PRR para financiar projeto
D.R.

Enquanto aguarda pelos resultados da consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental, a Savannah Resources vai preparando os trabalhos no terreno que espera retomar de forma “significativa” antes do final do ano

Exploração de lítio no Barroso. Empresa mineira vai candidatar-se aos fundos do PRR para financiar projeto

Vítor Andrade

Coordenador de Economia

A Savannah Resources, empresa mineira que tem a concessão para a exploração de lítio na zona do Barroso, em Boticas, está a avaliar a possibilidade de se candidatar a financiamento público no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

No seu relatório semestral, divulgado esta quarta-feira, os responsáveis da empresa mineira recordam que, com quase mil milhões de euros deste pacote (de 16,6 mil milhões) destinados à inovação empresarial e à ‘agenda verde’, a Savannah “está atualmente a avaliar a possibilidade de se candidatar a financiamento deste mecanismo para aplicar nas despesas de capital do projeto [da mina do Barroso]”.

Do ponto de vista técnico, a Savannah refere que, em relação à Avaliação de Impacto Ambiental (“EIA”) o regulador ambiental português estendeu a fase de consulta pública da revisão de 2 de junho de 2021 a 16 de julho de 2021. Por isso, “entendemos que o regulador está agora a rever as submissões recebidas e esperamos receber notícias sobre o EIA processo de revisão no último trimestre de 2021”.

O regresso ao trabalho de campo

A empresa mineira explica que o trabalho do desenho do processo, baseado em laboratório, prosseguiu na Austrália durante o primeiro semestre do ano, sendo de esperar uma retoma do trabalho de campo, de forma significativa, “antes do final do ano após o levantamento das restrições relacionadas com o Covid”.

Já quanto ao Estudo de Viabilidade Definitivo ("DFS"), a Savannah espera que seja concluído em 2022, seguindo as restrições contínuas do Covid, sobre o trabalho de campo e a definição dos requisitos do EIA em andamento.

Entretanto, a Savannah tornou-se membro fundador da Associação Portuguesa para o Cluster de Baterias, criada para maximizar o potencial de Portugal na cadeia de valor da bateria e promover o país como um futuro líder na produção europeia de lítio.

Aquisição de terras "progrediu bem"

David Archer , presidente executivo da Savannah, faz questão de sublinhar que tem “o prazer de informar que nosso programa de aquisição de terras em toda a área de arrendamento de mineração C-100 que cobre o projeto [do Barroso] progrediu bem desde o início do ano” e assim irá continuar.

A empresa constata que as vendas globais de carros elétricos, no primeiro semestre deste ano, ascenderam a 2,65 milhões de unidades (+ 168% em relação ao primeiro semestre de 2020), incluindo um milhão de veículos vendidos na Europa. As previsões de vendas para o ano inteiro situam-se nas 6,4 milhões de unidades (2020: 3,2 milhões de unidades)

Preços do lítio disparam

Já quanto aos preços do lítio nos mercados internacionais, a Savannah nota que, “na China aumentaram em média 80% em relação ao final de 2020 e os preços do espodumeno [mineral onde é extraído o lítio] dobraram para cerca de 800 dólares por tonelada (fonte: S&P Global Platts)”.

Com as restrições de viagens a dimuir, David Archer, presidente executivo da Savannah, “tem passado um longo período em Portugal nas últimas semanas, trabalhando em estreita colaboração com a nossa equipa no país e com os nossos consultores para as relações públicas e governamentais. Isso resultou em uma série de reuniões com alguns membros do Governo, líderes das comunidades empresariais e da academia”, refere ainda a empresa em comunicado.

Governo quer uma nova indústria de lítio

E termina dizendo que “o Governo português afirmou o desejo de criar uma nova indústria de lítio no país com base nos seus invejáveis ​​recursos minerais e a Comissão Europeia, através do seu Plano de Ação 2020 sobre Matérias-Primas Críticas, estabeleceu como meta garantir o acesso a fontes fiáveis de matérias-primas para apoiar o Acordo Verde da Europa e para manter a liderança da Europa em tecnologias do futuro”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: VAndrade@expresso.impresa.pt

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