Economia

TAP: SITAVA condena "ignóbeis e sórdidos ataques" da Associação Comercial do Porto

TAP: SITAVA condena "ignóbeis e sórdidos ataques" da Associação Comercial do Porto
José Carlos Carvalho

Sindicato dos trabalhadores da aviação lamenta a ausência de reação da administração da TAP ao que diz serem os ataques da Associação Comercial do Porto, que veio na semana passada apelar à falência da transportadora e à criação de uma empresa ao lado. O SITAVA considera o discurso do presidente Nuno Botelho "recheado de imbecilidades"

TAP: SITAVA condena "ignóbeis e sórdidos ataques" da Associação Comercial do Porto

Anabela Campos

Jornalista

O SITAVA apela a um maior dinamismo por parte da administração da TAP em relação à retoma, e lamenta a ausência de uma resposta às declarações que o presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), Nuno Botelho, fez sobre a companhia. “Pedir a falência da TAP é optar por uma solução mais barata”, defendeu Nuno Botelho, presidente da ACP, em declarações ao Expresso.

"Passado que está o tempo das férias, esperavam os trabalhadores que a empresa e a sua administração dessem sinais de algum dinamismo no sentido de mobilizar para a retoma, que já tarda a fazer-se sentir. Lamentavelmente, não é isso a que se assiste. Diríamos até que a administração parece envergonhada, perante os ignóbeis e sórdidos ataques de que a TAP está a ser alvo", afirma o SITAVA, em comunicado enviado às redações.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroporto, admitindo que poderá vir a ser acusado de ser “juiz em causa própria”, classifica as declarações de Nuno Botelho de "uma patetice recheada de imbecilidades", referindo-se às declarações publicadas no Expresso.

O presidente da ACP defendeu que seria mais barato para o país fechar a TAP e abrir uma empresa ao lado. "É hora de dizer basta. É urgente avançar para a falência da TAP e fechar a empresa de uma vez por todas para abrir outra companhia ao lado, que até pode ser uma PAT”, salientou. Nuno Botelho acrescentou ainda que “pedir a falência da TAP é optar por uma solução mais barata, uma vez que significa deixar de passar cheques sem branco atrás de cheques em branco”.

O SITAVA não gostou das palavras de Nuno Botelho, e contesta-as. "As ideias lá expressas, se lhe podemos chamar ideias, não representam apenas um ataque aos trabalhadores da TAP – o que, só por si já seria grave – mas o que tresanda de todo o texto é uma declaração de guerra a todos os trabalhadores portugueses".

O SITAVA defende que para o presidente da ACP existem apenas dois destinos para os trabalhadores em Portugal: "ou um emprego precário no turismo low cost que essa associação defende e promove, ou a emigração para que os trabalhadores portugueses produzam lá fora os produtos que esse senhor irá depois comprar mais baratos em Portugal".

O sindicato enumera as razões por que considera a TAP importante para o país, perguntando se a ACP as ignora. "Será que estes senhores negam que a TAP foi e voltará a ser o maior exportador nacional de serviços? Que o Grupo TAP, mesmo depois da pandemia, cria mais de dez mil postos de trabalho diretos – a esmagadora maioria deles altamente especializados – e muitos mais milhares indiretos? Que compra no mercado nacional a mais de mil empresas portuguesas? Ou que a atividade do grupo representava e voltará a representar no pós-pandemia mais de 2% do PIB nacional?".

E conclui: "Perante estes e outros torpes ataques, o que se exige ao Governo e ao conselho de administração é que façam valer em Bruxelas o interesse nacional, que voltem a colocar a TAP no mercado, garantindo-lhe os meios financeiros para tal, assim como os governos de todos os outros países fazem, em relação às respetivas companhias aéreas enquanto instrumentos de política económica e de soberania nacional que estas são".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt

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