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Dois mortos e 19 feridos em ataques no Afeganistão

Estes foram os primeiros ataques mortais desde que o Governo Talibã foi instalado.

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Pelo menos duas pessoas foram mortas e 19 ficaram feridas este sábado em vários ataques bombistas em Jalalabad, a principal cidade do leste do Afeganistão, de acordo com um funcionário do hospital e vários meios de comunicação locais.

Pelo menos duas bombas visaram os veículos das forças de segurança talibã, de acordo com as mesmas fontes.

Uma fonte das autoridades sanitárias, que solicitou o anonimato, disse à agência Efe, que apenas três dos feridos são civis, sendo os restantes combatentes talibãs destacados na cidade para manter a segurança.

Além disso, alguns dos feridos no hospital estão em estado "crítico", adiantou a fonte, citada pela Efe.

Pouco antes do ataque em Jalalabad, outra explosão ocorreu em Cabul, quando uma bomba magnética foi detonada no leste da capital, disse um polícia talibã, Qari Rashid, sem adiantar mais pormenores.

Uma testemunha, Ali Ahmad, indiciou que o dispositivo estava preso a um veículo e não causou vítimas.

Trata-se das primeiras grandes explosões no Afeganistão desde que os talibã assumiram o controlo total do país, com a retirada das tropas americanas pouco antes da meia-noite de 31 de agosto.

Nangarhar tem permanecido como a principal área de operações no Afeganistão para o grupo jihadista Daesh, onde nos últimos anos tem havido numerosos confrontos entre os seus combatentes, os talibãs e as tropas afegãs e estrangeiras.

Apesar desta forte oposição, os combatentes do Daesh mantêm a sua presença em zonas remotas de Nangarhar e tornaram-se agora a principal ameaça para os talibã, capazes de levar a cabo ataques como o de 26 de agosto ao aeroporto de Cabul, que causou pelo menos 170 mortos.

Afeganistão à beira do colapso económico e social

No Afeganistão agrava-se a crise económica e o desemprego. A maior parte dos bancos não reabriu e todos os dias milhares de pessoas fazem fila para levantar dinheiro.

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Com a tomada de poder pelos talibã, os afegãos que trabalhavam no setor público - quase um milhão de pessoas - perderam o emprego. A falta de trabalho, a falta de dinheiro e a subida constante dos preços de bens de primeira necessidade estão a empurrar o país para uma situação dramática em termos humanitários.

Nas previsões das Nações Unidas, meio milhão de afegãos deverá abandonar o país até ao final do ano.

Nos últimos 20 anos o Afeganistão viveu na dependência da ajuda externa. Mas com a tomada de poder pelos extremistas islâmicos, os EUA bloquearam quase 10 mil milhões de dólares em reservas internacionais do banco central do Afeganistão depositados em bancos norte-americanos.

Mais de metade da população afegã vive abaixo da linha de pobreza, há 10 milhões de crianças em risco.

Os doadores internacionais prometeram mil milhões de dólares para ajudar o país, mas a verba não será suficiente para salvar economicamente um país que enfrenta as consequências da seca, falta de alimentos e escassez de dinheiro e emprego.

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