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Jogos Olímpicos

Imbatíveis nos Olímpicos há 50 jogos, as jogadoras de basquetebol norte-americanas estão em busca do sétimo ouro consecutivo

Com as veteranas Sue Bird e Diana Taurasi a liderar o grupo e jovens jogadoras a dar nas vistas, os EUA estão em busca de uma marca histórica em Tóquio. Esta equipa não perde um jogo no torneio olímpico desde 1992 e não pretende que 2021 venha mudar isso

Rita Meireles

Gregory Shamus

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Esta não é a primeira vez que Sue Bird caminha na zona da frente da delegação norte-americana durante a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. Em 2004, na sua primeira participação, a basquetebolista Dawn Staley era a porta-estandarte dos EUA, o que colocou a equipa na frente e Bird estava mesmo atrás dela. Mas, desta vez, foi diferente.

Foi Bird, ao lado de Eddy Alvarez, quem ficou responsável por transportar a bandeira ao longo da cerimónia em Tóquio, nesta que é a última participação da atleta nos Jogos Olímpicos.

Além disso, também esta edição dos Jogos é diferente - e não é só por tudo o que já aconteceu devido à pandemia. Está em jogo mais um momento histórico para a equipa feminina de basquetebol norte-americana: caso vençam, chegam à sétima medalha de ouro consecutiva.

Tal como em 2004, todos os olhos voltam a estar virados para Sue Bird, Dawn Staley e Diana Taurasi, que também se estreou no mesmo ano. Staley é agora treinadora da equipa e pode chegar à mesma marca que Anne Donovan atingiu, ao vencer uma medalha de ouro como jogadora e treinadora. Já Bird e Taurasi procuram agora chegar ao feito de Teresa Edwards, ao vencer cinco medalhas, e tornarem-se as primeiras jogadoras de basquetebol feminino com cinco ouros.

Até que isso aconteça, e caso aconteça, há apenas uma certeza: depois desta edição dos Jogos Olímpicos, fecha-se um ciclo nesta equipa.

Antes de partir para Tóquio, Sue Bird anunciou, numa entrevista com Percy Allen do "Seattle Times", que esta é a sua última participação num torneio olímpico. “Estes são definitivamente os meus últimos Jogos Olímpicos. Isso é certo, posso dizê-lo com toda a confiança”, garantiu.

Bird e Taurasi são as líderes desta equipa e conhecem bem o sabor da vitória. A primeira já venceu quatro títulos da WNBA pelos Seattle Storm e a segunda tem já três títulos ganhos pelos Phoenix Mercury. Antes disso, as duas foram colegas de equipa no campeonato universitário norte-americano, pelos UConn Huskies. Bird venceu o campeonato em 2000, dois anos depois venceram as duas juntas e Taurasi venceu ainda os dois seguintes. Como não poderia deixar de ser, foram as duas a primeira escolha dos drafts de 2002, no caso de Sue Bird, e 2004, para Diana Taurasi.

Gregory Shamus

Este ano, no que toca aos Olímpicos, os Estados Unidos perdem uma, mas não a outra, segundo se sabe até ao momento. Ao entrar numa nova era, conseguirá esta equipa manter o nível a que tem habituado os adeptos?

A resposta é sim e está já em Tóquio.

Da equipa fazem parte nomes como Sylvia Fowles, que joga o seu quarto torneio olímpico, Tina Charles, que regressa pela terceira vez, Breanna Stewart, que faz agora o seu segundo torneio, depois de já ter ganho o título de MVP da final da WNBA por duas vezes. Para Brittney Griner é também a segunda participação.

Ainda mais jovens são A'ja Wilson, vencedora do título de MVP da WNBA na temporada passada, e Napheesa Collier, rookie do ano em 2019. As duas jogadoras estreiam-se este ano nos Jogos Olímpicos e são duas das esperanças quando o tema é o futuro desta equipa.

Localização: Tóquio

A caminhada da equipa na luta pela sétima medalha de ouro consecutiva começou esta semana. Frente à Nigéria, os Estados Unidos venceram por 81-72, o que as coloca na marca dos 50 jogos sem perder em Jogos Olímpicos. É preciso recuar até 1992, em Barcelona, para assistir a uma derrota desta equipa.

A provar que o futuro da equipa está assegurado, A’ja Wilson liderou no marcador. Foram 19 pontos e 13 ressaltos. Brittney Griner acrescentou 13 pontos e 10 ressaltos. Diana Taurasi foi a terceira jogadora que conseguiu chegar à marca dos dois dígitos, com 10 pontos.

Os EUA dividem a liderança do grupo com o Japão, que ganhou frente à França.