Teresa Bonvalot foi a primeira a surfar uma 'onda olímpica': «Há uns dias estavam a gozar com isso...»
Portuguesa assegura que só quis dar o máximo em prova
"Há uns dias estavam a gozar com isso, que eu podia ser a primeira surfista feminina a fazer uma onda... mas, lá dentro, só estava concentrada no que queria, em surfar a onda da melhor forma e tentar dar tudo, onda a onda", afirmou a surfista cascalense, em declarações à Lusa.
Relacionadas
A primeira onda valeu 2,17 pontos, que não contaram para o total da três vezes campeã portuguesa (2014, 2015 e 2020), de 21 anos, mas marcaram a estreia do surf olímpico no feminino.
Na praia de Tsurigasaki, em Chiba, a cerca de 100 quilómetros de Tóquio, a cascalense terminou a bateria no segundo lugar, com 9,8 pontos (5,1 e 4,7), ficando atrás da norte-americana Carissa Moore (11,74), quatro vezes campeã do mundo, mas assegurando um lugar na luta por uma vaga nos quartos de final, relegando a equatoriana Dominic Barona (7,66) e a peruana Daniella Rosas (7,5) para a repescagem.
"Acho que não podíamos ter tido melhor estreia, estou super entusiasmada e acho que vamos ter boas condições para os próximos dias. É um orgulho representar o meu país no maior evento desportivo do mundo e vou tentar levar a minha bandeira ao mais alto nível", vincou a terceira classificada nos Jogos Mundiais de surf de 2021.
Teresa Bonvalot avançou diretamente para a terceira ronda, prevista para segunda-feira, quando vai estar em disputa o acesso aos quartos de final, realçando o orgulho por Portugal estar representado ao "máximo" na prova feminina.
"Estamos com duas atletas na prova feminina, nem podia haver mais, na primeira vez que o surf está nos Jogos. Vai ficar para a história do surf em Portugal, tentando mostrar que somos o futuro e as próximas gerações podem acreditar. Eu tento fazer o que mais gosto, que é competir, mas quero também tentar ser um exemplo de que as coisas são possíveis", referiu.
No dia de estreia da modalidade, já depois de a prova masculina ter arrancado, com o japonês radicado em Portugal Kanoa Igarashi a ter avançado para a terceira ronda, no 'heat' que devia ter disputado com o luso Frederico Morais, ausente por estar infetado pelo novo coronavírus -- foi substituído pelo costa-riquenho Carlos Muñoz -- , Teresa Bonvalot reconheceu que o mar ficou mais difícil, realçando o otimismo sobre as condições do mar.
"A previsão para os próximos dias é boa e hoje, de manhã, estava um bocadinho com mais tamanho, mas agora, com a maré vazia, torna-se mais difícil, com mais pausas, mas é igual para todas e quem for melhor durante os 30 minutos avança", vincou.
A comitiva lusa da modalidade tem estado concentrada em Chiba, praticamente sem contacto com a restante Missão de Portugal, à exceção da Cerimónia de Abertura, na sexta-feira, que a surfista recordou como "uma sensação única".
"Estar no meio de milhares de atletas, todos com o mesmo 'mindset' e a viver o mesmo sonho, foi uma sensação incrível e é um momento que vai ficar para sempre. Adorei, adorei, adorei!", recordou Teresa Bonvalot.
Ainda hoje, às 13:00 locais (05:00 em Lisboa), Yolanda Sequeira, vice-campeã dos Jogos Mundiais de surf, vai disputar a quinta e última bateria, frente à norte-americana Caroline Marks, à costa-riquenha Leilani McGonagle e à neozelandesa Ella Williams.
As duas primeiras de cada 'heat' avançam para terceira ronda, prevista para segunda-feira, enquanto as duas últimas ainda vão disputar hoje, depois das 15:00 locais (07:00 em Lisboa), o acesso a esta eliminatória na repescagem, em baterias com cinco surfistas que eliminam as duas últimas.
A prova de surf está calendarizada até 1 de agosto, na praia de Tsurigasaki.