Coronavírus

Covid-19. Lisboa e Vale do Tejo com 86% das camas de cuidados intensivos ocupadas

Doentes poderão ter que ser transferidos para outras regiões.

Covid-19. Lisboa e Vale do Tejo com 86% das camas de cuidados intensivos ocupadas
MIGUEL A. LOPES / LUSA

Os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo têm 71 doentes em cuidados intensivos por covid-19, o que representa já 86% do limite de 83 camas definidos para esta região, adianta o relatório das "linhas vermelhas" divulgado esta sexta-feira.

"A região de Lisboa e Vale do Tejo com 71 doentes internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) representa 67% do total de casos em UCI [do país] e corresponde a 86% do limite regional de 83 camas em UCI definido no relatório "linhas vermelhas"", refere o documento da Direção-Geral da Saúde e do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Para analisar o risco da pandemia, as "linhas vermelhas" elaboradas por um grupo de especialista prevê que, com uma taxa de ocupação de 85% das camas de cuidados intensivos, o número total de doentes covid-19 críticos deve permanecer abaixo de 245 em Portugal continental.

O documento, que realça que em medicina intensiva as necessidades de uma região podem ser suprimidas por outras regiões, avança a distribuição regional de ocupação máxima em unidades de cuidados intensivos: Norte 85 camas, Centro 56, Lisboa e Vale do Tejo 83, Alentejo 10 e Algarve 10.

Segundo o relatório hoje divulgado, na quarta-feira, Portugal continental tinha 106 doentes internados em UCI, o que corresponde a 43% do limiar definido como crítico de 245 camas ocupadas e superior aos 36% da semana passada.

"Nos últimos dias, este indicador tem vindo a assumir uma tendência crescente", refere o documento das autoridades de saúde.

Em Portugal, morreram 17.081 pessoas e foram confirmados 871.483 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Covid-19. Há mais jovens a serem hospitalizados, "muitos deles sem doença prévia"

Carla Araújo, internista do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, realça que se verificou um "aumento progressivo" de casos de covid-19 nas últimas semanas nos hospitais de Grande Lisboa, tanto em enfermaria como em cuidados intensivos. Adianta ainda que há mais jovens a serem hospitalizados, "muitos deles sem doença prévia".

"Temos doentes entre os 40 e 50 anos e alguns agravam a doença. Quando isso acontece têm de ser transferidos para os intensivos", diz.

"A quarta vaga veio mais cedo do que qualquer um de nos pensava", acrescenta.

Loading...

ENTRADAS E SAÍDAS DA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA VOLTAM A SER PROIBIDAS NO FIM DE SEMANA

Para além do limite horário, para comércios e restauração, imposto devido ao aumento de casos na zona de Lisboa e Vale do Tejo, ainda se acrescentam as restrições à circulação.

A proibição de circulação para dentro ou para fora da Área Metropolitana de Lisboa (AML) mantém-se, mas quem tenha um Certificado Digital ou um teste negativo à covid-19 pode passar, anunciou quinta-feira o Governo.

Na conferência que se seguiu ao Conselho de Ministros, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou que se mantém para a AML a proibição de entrada e saída, entre as 15:00 de sexta-feira e as 06:00 de segunda-feira, salvo as exceções previstas na lei.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do