Economia

Economia portuguesa continua a crescer perto de 20% face a 2020, sinaliza o Banco de Portugal

Economia portuguesa continua a crescer perto de 20% face a 2020, sinaliza o Banco de Portugal
AMELIE-BENOIST / BSIP / UIG / Getty Images

O indicador diário de atividade económica (DEI) calculado pelo Banco de Portugal cresceu 17,9% em termos homólogos na semana terminada a 13 de junho, estabilizando face à semana anterior

A recuperação da economia portuguesa prossegue a bom ritmo, com uma expansão perto dos 20% face ao ano passado, embora o crescimento já não seja tão intenso quanto em maio, quando se aproximou dos 30%. É esse o sinal dado pelo indicador diário de atividade económica (DEI), publicado pelo Banco de Portugal (BdP), cujos dados foram atualizados esta quinta-feira.

Segundo uma nota do BdP, publicada na sua página na internet, na semana terminada a 13 de junho o DEI - um indicador compósito que procura traçar, quase em tempo real, um retrato da evolução da atividade económica no país - "apresentou uma estabilização face à semana anterior".

A média móvel semanal do DEI, nessa semana - que abrange o período entre 7 e 13 de junho -, indica um crescimento homólogo da atividade económica em Portugal de 17,9%. Isto quando a mesma média móvel referente à semana terminada a 6 de junho sinalizava um incremento de 18,3% em termos homólogos.

O DEI abrandou em junho, depois de ter crescido acima dos 20% (médias móveis semanais) em termos homólogos ao longo de todo o mês de maio. Esse crescimento chegou a atingir os 28,7% na semana terminada a 16 de maio. Ainda assim, tem mantido em junho um crescimento forte, perto dos 20%.

Recorde-se que em maio do ano passado decorreu o processo de reabertura da economia portuguesa, após o primeiro confinamento geral, em março e abril de 2020, para travar a pandemia de covid-19. Uma reabertura que no início de junho deu novo passo, com as lojas de maior dimensão ou inseridas em centros comerciais a voltarem a abrir portas, tal como o ensino pré-escolar. Ou seja, a partir de junho de 2020 o desconfinamento do país estava, em grande medida, feito.

Isto significa que a comparação da evolução da atividade passou a ser feita com um período de 2020 em que o país já tinha desconfinado e a economia estava em processo de recuperação.

O BdP calcula ainda a taxa bienal do DEI que, na prática, nos indica o crescimento acumulado neste indicador entre 2019 e 2021. Esta taxa, em termos de média móvel semanal, esteve, em regra, em terreno positivo desde o final de abril e ao longo de maio - embora ainda em valores baixos -, sinalizando que a atividade económica estaria já a operar ligeiramente acima do nível pré-crise.

Contudo, no início de junho esta taxa bienal do DEI (média móvel semanal) voltou a cair para valores negativos, indiciando que a atividade económica estaria ligeiramente abaixo do nível pré-crise nessa semana.

Uma situação que se inverteu na semana terminada a 13 de junho, quando a taxa bienal do DEI registou um ligeiro crescimento, de 0,4%.

O DEI sumaria um conjunto de informação de natureza quantitativa e frequência diária, como o tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, o consumo de eletricidade e de gás natural, a carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e as compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes. Por isso, permite traçar, quase em tempo real, um quadro da evolução da atividade económica no país.

Os dados atualizados são divulgados semanalmente pelo Banco de Portugal, à quinta-feira, com informação até ao domingo precedente. A informação disponibilizada refere-se aos valores diários e à média móvel semanal deste indicador.

A evolução de indicadores como o DEI, entre outros, leva os economistas a antecipar um crescimento a dois dígitos do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano, em termos homólogos.

Além disso, levou o Banco de Portugal a rever esta semana em forte alta o cenário de crescimento para a economia portuguesa este ano e em 2022. Destacando "uma reação mais rápida do que esperado ao levantamento das restrições a partir de março", sendo a melhoria "extensível à procura externa e ao investimento", o BdP espera agora uma expansão do PIB de 4,8% em 2021 (em março apontava para 3,9%) e de 5,6% em 2022 (em vez de 5,2%).

Como resultado disso, o banco central antecipa que a economia portuguesa recupere o seu nível pré-crise, de 2019, na primeira metade de 2022 em vez de o conseguir apenas na segunda parte desse ano.

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